Sophia Loren está de volta. Após mais de uma década sem aparecer nas telas, a atriz de 86 anos estrela “Rosa e Momo”, filme que estreou recentemente na Netflix. O longa é dirigido por Edoardo Ponti, um de seus filhos com o produtor Carlo Ponti.
Na trama, ela é Rosa, uma ex-prostituta idosa que vive em Nápoles e se ocupa de cuidar de filhos de colegas enquanto elas trabalham. É a forma que encontrou de ganhar dinheiro. Até que recebe em casa, a pedido de seu médico, o garoto Momo, refugiado senegalês que perdeu a mãe.
As dificuldades da vida tiraram a infância do menino: ele comete delitos, flerta com o crime e diz que não almeja a felicidade. Mas Rosa, sobrevivente de Auschwitz, o compreende, e a relação entre os dois muda o menino, dando a ele o que havia perdido, uma família.
Em entrevista à rede norte-americana CBS, Sophia afirmou que Rosa a fez lembrar de sua mãe. “Minha mãe era assim. Por dentro, ela era muito frágil, mas parecia forte”, disse a atriz.
Assim como Rosa, a família de Sophia viveu à margem da sociedade. Nascida em 1934, em Roma, a atriz era filha de mãe solteira e cresceu em um bairro pobre da cidade durante a Segunda Guerra Mundial. O pai, casado com outra mulher, não deu suporte à mãe de Sophia, com quem tinha outra filha, irmã mais nova da atriz.
A vida da garota Sophia começou a mudar aos 14 anos, quando ela participava de um concurso de beleza e chamou a atenção do produtor de cinema Carlo Ponti, com quem se casaria anos depois.
Logo ela já estava contratada. Inicialmente, trabalhou como figurante em dez filmes, mas em seguida conseguiu papéis coadjuvantes. Nesses primeiros longas, era chamada de Sofia Lazzaro, pois diziam que sua beleza conseguia até ressuscitar Lázaro.
No final da adolescência, Sophia foi para os Estados Unidos, após fechar um contrato com o estúdio Paramount Pictures (leia texto ao lado). No início dos anos 1960, voltou à Itália, onde pavimentou sua carreira ao filmar “Duas Mulheres”, do mestre do realismo Vittorio De Sica.
Nos anos seguintes, se dividiu entre Europa e EUA, trabalhando com grandes diretores e estrelas de Hollywood. A partir dos anos 1980, reduziu as participações no cinema. Antes de “Rosa e Momo”, seu último filme havia sido “Nine”, de 2009. Entre os dois, fez apenas um curta-metragem.
Nestas décadas de carreira, mais que a beleza, seu talento e a busca por personagens sem glamour, mulheres comuns e do povo, a firmaram como uma das grandes atrizes do cinema.
Na entrevista à CBS, ao ser questionada sobre se sua definição de beleza mudou com o tempo, a atriz respondeu: “A aparência não é importante. Talvez seja importante nos filmes. Ela é o que você tem para dar dentro de si mesmo, sua alma. As coisas no que acredita, a forma como é com sua família, com seus amigos. Essa é a vida, realmente”.
ONDE VER
“Rosa e Momo”: Netflix
Atriz foi para Hollywood no início da carreira
Em 1957, Sophia Loren foi para os Estados Unidos após fechar contrato com a Paramount, iniciando uma carreira de sucesso em Hollywood. Em três anos, fez mais de dez filmes. Em dois deles, “Orgulho e Paixão” (1957) e “Tentação Morena” (1958), contracenou com o ator Cary Grant.
Em suas memórias publicadas nos anos 2000, Sophia conta que durante as filmagens o ator a cortejou e a pediu em casamento, mas ela não aceitou. Em entrevista, ela disse que a diferença de idade não foi o problema. Sophia estava no auge dos 20 anos e Grant tinha mais de 50 anos.
A atriz afirmou que tinha de fazer uma escolha: àquela altura, ela já mantinha uma relação com o produtor Carlo Ponti, com quem se casou depois. Neste período em Hollywood, Sophia contracenou ainda com John Wayne, William Holden e Anthony Quinn.
Mestre do cinema italiano foi um dos principais parceiros
Um dos principais parceiros de de Sophia Loren no cinema foi o diretor Vittorio De Sica, mestre do realismo italiano. O primeiro encontro de ambos foi em “Pão, Amor e…”, de 1955, em que contracenaram juntos.
Cinco anos depois, Sophia estrelou “Duas Mulheres”, dirigido por De Sica. Na trama, que se passa na Itália à beira da derrota na 2ª Guerra Mundial, ela é uma mãe que tenta proteger a filha, deixando Roma e voltando para sua aldeia natal. Pelo filme, Sophia ganhou um Oscar em 1962.
A “Duas Mulheres” seguiram-se mais cinco filmes dirigidos por De Sica, alguns deles contracenando com outro parceiro frequente, Marcello Mastroianni. Foi com o ator que fez também um de seus longas mais importantes, “Um Dia Muito Especial”, dirigido por outro mestre italiano, Etore Scolla.
ONDE VER OUTROS FILMES DE SOPHIA LOREN
(preços e disponibilidade pesquisados no dia 19 de novembro)
PÃO, AMOR E… (1955)
Netflix: grátis para assinantes
A LENDA DOS DESAPARECIDOS (1957)
Apple TV: R$ 11,90 (aluguel) e R$ 24,90 (compra)
TENTAÇÃO MORENA (1958)
Prime Video: grátis para assinantes
DUAS MULHERES (1960)
Old Flix: grátis para assinantes
Claro Vídeo: grátis para assinantes
COMEÇOU EM NÁPOLES (1960)
Apple TV: R$ 11,90 (aluguel) e R$ 24,90 (compra)
Prime Video: grátis para assinantes
EL CID (1961)
Old Flix: grátis para assinantes
BOCACCIO’ 70 (1962)
Old Flix: grátis para assinantes
ONTEM, HOJE E AMANHÃ (1963)
Looke: grátis para assinantes, R$ 4,99 (aluguel) e R$ 19,99 (compra)
NetMovies: grátis
MATRIMÔNIO À ITALIANA (1964)
Looke: grátis para assinantes, R$ 4,99 (aluguel) e R$ 19,99 (compra)
NetMovies: grátis
A QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO (1964)
Old Flix: grátis para assinantes
Looke: grátis para assinantes, R$ 4,99 (aluguel) e R$ 19,99 (compra)
NetMovies: grátis
PRÊT-À-PORTER (1994)
Looke: grátis para assinantes, R$ 4,99 (aluguel) e R$ 19,99 (compra)
NetMovies: grátis
Microsoft Store: R$ 5,90 (aluguel) e R$ 20,90 (compra)
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