A Polícia Militar interrompeu na manhã deste domingo (6) uma festa eletrônica clandestina iniciada na noite anterior em Sorocaba (99 km de SP). O evento, divulgado em redes sociais, acontecia em uma chácara no bairro de Aparecidinha.
A balada ocorreu em meio ao aumento de pessoas hospitalizadas por causa do novo coronavírus em São Paulo. Até este domingo, o governo estadual, gestão João Doria (PSDB), havia registrado 43.015 mortes e confirmado 1.287.762 de casos do novo coronavírus em São Paulo.
Na semana passada, o governo recuou todo o estado da fase verde para a amarela do Plano São Paulo, mais restritiva, por causa da alta de internações provocadas pelo novo coronavírus. Nesta nova etapa estão proibidos eventos com pessoas em pé.
Sobre o caso deste fim de semana em Sorocaba, a PM afirmou ter sido acionada para uma ocorrência de perturbação do sossego em uma chácara, onde ocorria a festa eletrônica, conhecida como rave.
Ao chegar no local, policiais constataram a festa clandestina. “O organizador do evento foi chamado e questionado sobre o alvará de funcionamento para a festa, mas como não apresentou tal documento foi orientado a encerrar”, diz trecho de nota enviada nesta segunda-feira (7) pela SSP (Secretaria da Segurança Pública), também da gestão Joao Doria.
A GCM (Guarda Civil Municipal) de Sorocaba, sob a gestão Jaqueline Coutinho (PSL), acrescentou ter multado o organizador da rave em R$ 5.000.
Segundo compartilhado pela empresa de eventos nas redes sociais, a festa contava com 28 atrações musicais e o tempo de duração era estimado em 28 horas.
Pela internet, frequentadores compartilharam imagens em que é possível ver centenas de jovens, sem máscara, aglomerados em pistas de dança.
Segundo cartaz do evento, os frequentadores teriam acesso a uma área de camping, tabacaria, praça de alimentação, além de um “espaço de cura”. E que excursões vindas do litoral paulista e da região do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, teriam entrada vip.
A Prefeitura de Sorocaba afirmou que, desde março desde ano, quando o governo estadual decretou quarentena por causa da pandemia do novo coronavírus, foram fechados dez eventos irregulares pela fiscalização do governo municipal. Ao todo, disse, foram cerca de 4.800 vistorias desde então. Isso representa, segundo a prefeitura, um aumento de 500% neste tipo de atividade.
O governo municipal afirmou ainda que o organizador do evento pode ainda ser multado em R$ 150 mil, após “retificação processual”. “Além da multa de R$ 150 mil, pode ocorrer bloqueio da empresa por um período de até quatro anos para realização de eventos que requeiram alvará”, diz trecho de nota.
A reportagem enviou e-mail para a empresa que divulgou o evento. Até a publicação desta reportagem, porém, nenhum posicionamento havia sido encaminhado.
Aglomerações de jovens em baladas clandestinas e no meio da rua, descumprindo decreto estadual contra a Covid-19, já foram flagradas pela reportagem recentemente na capital paulista.
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