Procon alerta para venda de vacina falsa contra Covid pela internet

Órgão de defesa do consumidor comunicou o caso à polícia paulista; site, que já não está mais no ar, vendia dez doses da Coronavac por R$ 98

Juliana Finardi
São Paulo

Em meio ao impasse sobre a confirmação do calendário da vacinação contra Covid-19 no país, o Procon-SP alerta consumidores para que não comprem vacinas pela internet e que qualquer iniciativa neste sentido é golpe. A vacina contra o coronavírus ainda não foi disponibilizada no SUS (Sistema Único de Saúde) e não chegou às clínicas particulares ou farmácias.

O órgão recebeu denúncias contra o site Farmácia 24 horas. O anúncio, que, segundo o Procon é falso, oferecia 10 caixas de doses da Coronavac por R$ 98, com entrega gratuita em todo o país. A imunização, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech, será produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, que deverá pedir nesta quinta-feira (7) autorização para uso emergencial no país. Segundo disse o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, a meta é vacinar gratuitamente 9 milhões de pessoas entre os dias 25 de janeiro e 28 de março em São Paulo.

A fiscalização do órgão de defesa do consumidor visitou o endereço físico citado pela empresa, na avenida Juscelino Kubitschek, na zona sul de São Paulo, mas não encontrou nada no número citado. O site também não está mais no ar. Por isso, o Procon não conseguiu qualquer explicação.

A reportagem do Agora também não encontrou os responsáveis pela falsa venda e nem o site na internet.

Reprodução do site de farmácia e oferecia dez caixas da vacina contra o novo coronavírus, a Coronavac, por R$ 98 - Divulgação/Procon

“O Procon recebeu, pelas redes sociais, a denúncia de que o site estava realizando a venda de vacinas e constatou que o local não existe e que os dados eram falsos. O que esperar de um site que promete entregar pelo correio uma vacina que precisa ser armazenada com refrigeração?”, questionou o chefe de gabinete do Procon-SP, Guilherme Farid.

Ele reforçou o alerta pedindo para que os consumidores fiquem atentos aos golpes e também explicou que o objetivo final, neste caso, não era propriamente a venda da vacina sem a consequente entrega, mas uma forma de captar os dados bancários das pessoas para que outros golpes fossem aplicados.

Em virtude da proximidade do calendário de vacinação, o Procon-SP acredita que esta possa ter sido a primeira de uma série de tentativas. Por isso, está divulgando um vídeo com o caso.

O órgão notificou o Departamento de Proteção ao Consumidor, que é uma delegacia de polícia, para que uma investigação digital seja realizada. O caso será encaminhado para a Divisão de Crimes contra o Consumidor da Polícia Civil.

Para denunciar, basta marcar o Procon nas redes sociais Instagram e Facebook (@proconsp) ou Twitter (@proconspoficial), ou entrar em contato com o órgão através do site www.procon.sp.gov.br.

Em nota, o Instituto Butantan, responsável pela fabricação da vacina Coronavac no Brasil, disse que não houve nenhuma venda de doses ao setor privado. “É um absurdo que criminosos usem a pandemia para enganar a população com produtos falsos. As denúncias sobre casos como esse devem ser feitas junto às autoridades e à vigilância sanitária”, afirmou, em nota.

Em dezembro passado, camelôs foram flagrados vendendo falsas vacinas chinesas contra o novo coronavírus por R$ 50 a caixa no Rio de Janeiro.

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