A polícia prendeu nesta quarta-feira (18), na Praia Grande (71 km de SP), um homem de 44 anos suspeito dar golpes para roubar o auxílio emergencial de pessoas com direito ao benefício do governo federal.
Com dados das vítimas, o suspeito falsificava cartões com os quais sacava o benefício das vítimas em caixas eletrônicos.
O homem, que não teve o nome revelado, usou os dados centenas de vítimas, desde que o auxílio passou a reforçar o orçamento de milhões de pessoas, em abril, por causa da pandemia de Covid-19, afirmou nesta quinta-feira (19) o delegado Paul Henry Bozon Verduraz, titular da Deic (Delegacia Especializada em Investigações Criminais), de São Bernardo do Campo (ABC).
O policial disse que por cerca de dois meses a delegacia investigou a rotina do homem, suspeito de compor uma organização criminoso especializada em fraudes bancárias.
A defesa do preso afirmou ao Agora que irá se manifestar somente após se inteirar do caso.
O delegado titular explicou que o suspeito se aproveitava de “falhas sistêmicas” bancárias para ter acesso aos números de CPF, RG e senhas das vítimas, para, em seguida, aplicar golpes, incluindo o suposto saque ilegal de auxílios emergenciais. “Ele acessava o cadastro dos beneficiados e, a partir disso, ele tinha um maquinário para fazer cartões, idênticos aos originais [da Caixa].”
Somente com auxílios emergenciais, o delegado estima que o suspeito tenha sacado cerca de R$ 250 mil. Os valores obtidos por ele, porém, superam essa cifra, pois o homem realizaria golpes em instituições bancárias há pelo menos 12 anos, quando um mandado de prisão preventiva contra ele foi expedido pela Justiça do Rio.
Os outros golpes, disse o policial, eram feitos com documentos falsos. “O estelionatário abria contas, com documentação falsa e sacava os limites disponíveis”, explicou.
A polícia chegou até o suspeito por causa de gastos exagerados feitos por ele, que costumava ficar no litoral paulista e zona sul da capital.
A Deic aguardou o fim do período de primeiro turno eleitoral para cumprir um mandado de busca e apreensão em um apartamento do suspeito na Praia Grande. Segundo a legislação eleitoral, ninguém pode ser preso cinco dias antes e 48 horas após as eleições.
Durante as investigações, o delegado titular descobriu o mandado de prisão expedido pela Justiça do Rio de Janeiro.
No apartamento do suspeito, a polícia apreendeu 422 cartões bancários falsificados, documentos, pendrives, três notebooks, 14 celulares, nove máquinas de leitura de cartões de crédito e débito, diversos chips, entre usados e novos, maquinário para a fabricação de cartões de bancos, além de R$ 29.450, que segundo a polícia estavam escondidos em roupas e colchões. Todo o material será periciado.
A Polícia Civil de São Bernardo trabalha para identificar e prender outros supostos envolvidos no esquema fraudulento.
A Caixa Econômica Federal foi questionada sobre a suposta invasão de seu sistema por criminosos. A instituição bancária afirmou apurar o caso, sem dar mais detalhes.
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