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Sindicato cogita greve de professores após Justiça liberar volta às aulas em SP

Paralisação está sendo estudada para o próximo dia 8, quando os alunos retornam ao ensino presencial na rede estadual

São Paulo

Os sindicatos dos professores da rede estadual de educação de São Paulo cogitam greve a partir do dia 8 de fevereiro, data definida pelo governo paulista, gestão João Doria (PSDB), para o retorno das aulas presenciais da rede estadual, após a Justiça liberar a volta às aulas.

Na quinta-feira (28), a juíza Simone Gomes Casoretti acatou um pedido de liminar feito por entidades de professores e servidores para impedir a retomada das atividades presenciais nas escolas localizadas em regiões que estivessem nas fases laranja ou vermelha do Plano São Paulo —atualmente, todo o estado está em uma dessas duas etapas.

Estado diz ter enviado itens de proteção a alunos e professores da rede para garantir a segurança na volta presencial das aulas - Rivaldo Gomes - 7.out.2020/Folhapress

Nesta sexta-feira (29), porém, o presidente do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), desembargador Geraldo Pinheiro Franco, derrubou a liminar e autorizou o reinício das aulas a partir da próxima segunda (1º). Os sindicatos prometem recorrer, mas já se organizam para uma eventual paralisação.

"Não haverá volta às aulas sem segurança aos profissionais da educação. Pelo direito à vida e pela prioridade dos professores na vacinação", diz trecho de nota enviada pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo). A associação diz que "sinaliza com a deflagração de uma greve a partir do dia 8 de fevereiro".

O presidente da Afuse (Associação dos Funcionários e Servidores do Estado de São Paulo), João Marcos de Lima, afirmou que irá se reunir com representantes de outras entidades de trabalhadores da área da educação para definir os próximos passos.

"As escolas não têm condição de receber ninguém [na pandemia]. Há muitos problemas para serem resolvidos antes", critica Lima. Ele afirma que a associação irá utilizar os caminhos legais para tentar impedir o reinício das aulas neste momento, já que, segundo ele, não há diálogo aberto com o governo do estado.

O CPP (Centro do Professorado Paulista) também informou que a categoria pode iniciar uma greve caso a decisão pela volta presencial seja mantida e sem que os profissionais da educação sejam vacinados contra a Covid-19.

"Vamos brigar até o fim. Nosso departamento jurídico entrará com medida para derrubar essa insensatez do governador. É uma arbitrariedade e uma irresponsabilidade retornar às aulas com a pandemia em alta e ainda com uma nova variante do vírus", diz, em nota, o vice-presidente do CPP, Silvio do Santos Martins.

Também por meio de nota, o governo diz que a decisão pela reabertura das unidades "é baseada em experiências internacionais e nacionais e visa garantir a segurança dos alunos e professores, bem como o desenvolvimento cognitivo e socioemocional das crianças e adolescentes".

A Secretaria de Estado da Educação diz ter enviado às escolas itens de proteção, sendo 2 milhões de máscaras de tecido, mais de 440 mil protetores faciais de acrílico), 10.740 termômetros a laser, 10 mil totens de álcool em gel, 221 mil litros de sabonete líquido, 78 milhões de copos descartáveis, 112 mil litros de álcool em gel, 100 milhões de rolos de papel toalha e 1,8 milhão de rolos de papel higiênico.

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