Esporte. Saúde. Emoção.
O futebol continua a estimular os corações brasileiros.
Em Brasília, o general Perácio acompanhava a Copa América.
—Fazer a Copa no Brasil foi um acerto. Não tenho dúvida.
O assessor Guarany ouvia em silêncio.
—O Brasil precisa de mais otimismo.
—Positivo, general.
—Lembrar os tempos da ditadura.
—Positivo, general.
—Quando o futebol vai bem, o país vai bem.
Perácio rememorava os fatos.
—Quando os comunistas estavam mandando por aqui…
—Quando, general?
—Com a Dilma. Perdemos de 7 a 1.
O vexame não foi esquecido.
—Olha aí. Estamos ganhando sempre.
Perácio consultou a planilha.
—A Venezuela perdeu de onze.
Ele explicou.
—Onze contaminados. Não conseguiram jogar.
Perácio monitorava tudo.
—Olha aqui outra goleada.
—Onde, general?
—Aqui no palácio mesmo.
—Como assim, general?
—Dezenove contaminados. E só dois morreram.
Os números cresciam no computador.
—Quarenta mil a 900 e pouco.
—Quarenta mil contaminados.
—E uns 900 mortos.
—Cinquenta mil a três mil e pouco.
—Quarenta e cinco mil contaminados…
—E só três mil mortos.
—Impressionante, general.
—É goleada ou não é?
Fatos são como times de futebol.
Um pouco de torcida ajuda.
Voltaire de Souza
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