Esporte. Vitória. Emoção.
Um país não precisa apenas de vacinas.
Às vezes, o que falta é uma injeção de ânimo.
Em Brasília, o general Perácio estava confiante.
—A Copa América será um sucesso.
O assessor Guarany cuidava dos detalhes.
—A gente vacina os jogadores?
—Ora, isso é ridículo, rapaz.
Guarany achou melhor ficar quieto.
—Nosso problema é outro.
—Qual seria exatamente, general?
O tapa estalou sobre a mesa de jacarandá.
—A gente está nessa Copa para ganhar.
—Verdade, general.
—Para isso, precisamos de reforços.
—Na Seleção?
—Na equipe técnica, Guarany.
Perácio explicava.
—O futebol, mais do que nunca, é um jogo de estratégia.
—Positivo, general.
—E quem é que é bom em estratégia, em tática, essas coisas?
—Hã… o técnico?
—Os militares, Guarany. Os militares.
A decisão de Perácio já estava tomada.
—Sabe quem vai tomar conta do selecionado?
—Hã.
—O Pazuello, pô. Competência comprovada.
—Certamente, general.
—Começou com aquela bolinha vermelha…
—O Covid?
—E agora a gente entra no gramado.
Não é só a vacina.
A burrice também precisa de reforço.
Voltaire de Souza: Precisamos de reforços
Voltaire de Souza
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