Adolescentes vão a parque em São Paulo para se vacinar contra a Covid

Prefeitura montou postos de imunização em sete parques neste domingo (29)

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A adolescente Clara Gossler Feitor, 13 anos, é vacinada em posto no parque do Carmo (zona leste da capital paulista) - Rubens Cavallari/Folhapress
São Paulo

Adolescentes de 12 a 17 anos com comorbidades ou deficiência física foram a sete parques de São Paulo neste domingo (29) para serem vacinados contra a Covid-19. A imunização também foi disponibilizada para quem precisou tomar a segunda dose, além de grávidas e puérperas.

Para a família do jovem Gustavo Sá, 13 anos, a vacinação foi motivo de muita emoção. Com comorbidades relacionadas a problemas de tireoide, diabetes e obesidade, o menino foi acompanhado pelos pais para receber a primeira dose do imunizante da Pfizer, único autorizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para menores de 18 anos.

“Tivemos muitas perdas na família durante a pandemia. Perdi minha mãe, o tio da minha esposa e uma tia. Ela (a mulher Dyana Mara de Souza Sá, gerente comercial de 38 anos) até chorou quando o Gustavo tomou a vacina. Nós enxergamos essa imunização como algo muito positivo, uma das armas que a humanidade tem, junto com distanciamento, álcool e máscara, para combatermos esse vírus”, disse o pai de Gustavo, Leandro Carvalho de Sá, 41 anos, que é técnico eletricista.

Carvalho também afirmou que tentou garantir a vacina para o garoto na sexta-feira (27), mas como chegaram em cima da hora no posto de saúde, não conseguiram. “Foi até bom porque soubemos que alguns postos de saúde estão atendendo o pessoal com Covid. Passamos por isso e sabemos que é uma doença bem complicada”, disse, ao também elogiar o atendimento durante a vacinação.

O adolescente Gustavo Scarabelli Sá, 13 anos, é vacinado em posto no parque do Carmo (zona leste da capital paulista) - Rubens Cavallari/Folhapress

Gustavo disse que a vacina não doeu muito e que continua “em cima do muro” no que diz respeito a tranquilidade de já ter sido vacinado. “Ainda não me sinto 100% porque agora terei de tomar a segunda dose", disse O menino já está frequentando as aulas presenciais no Sesi-SP há três semanas.

Não é o caso da jovem Clara Grossler Feitor, também de 13 anos, que continua a estudar por meio do ensino online. Sem esconder a felicidade em ser vacinada, a garota não vê a hora de estar presencialmente com os amigos na sala de aula do oitavo ano, que cursa em uma escola da rede particular da cidade. Ela garantiu a imunização neste domingo (29), também no parque do Carmo, por apresentar um atestado de miopia, que está na lista de comorbidades.

“Estou muito feliz. Doeu um pouco na hora, mas já passou rapidinho. Eu não estava com medo porque senti que precisava daquilo e que seria melhor para mim”, disse Clara, que já pretende contar a novidade para os amigos nesta segunda-feira (30), às 7h30, assim que começar a aula online.

Pela manhã, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) disse que a ideia de abrir a vacinação nos parques surgiu pelo fato de que se tratam de locais onde os jovens gostam de frequentar. “Minha filha Isabela, de 15 anos, toma a vacina amanhã (segunda-feira). Ela está superfeliz. Ela e mais milhares de jovens que a gente vê como ficam felizes e dão importância à imunização.”

A estratégia da prefeitura é ampliar os locais de vacinação para dar mais opções aos paulistanos nesta fase da campanha contra a Covid-19. Em outro final de semana, houve a Virada da Vacina, em que alguns postos funcionaram 24 horas, com animação de DJs.

A partir desta segunda-feira (30), a Prefeitura de São Paulo continua o cronograma de imunização na cidade. Pelo calendário, será a vez de jovens sem comorbidades de 15 a 17 anos. As demais faixas ainda não foram confirmadas.

O técnico de equipamentos médicos Henrique Carrion, 28 anos, que foi até o parque do Carmo durante a manhã de folga para tomar a segunda dose da Coronavac. “Eu imaginei que só seria vacinado no ano que vem, estou muito feliz”, disse, ao acrescentar que trabalhou de forma presencial durante toda a fase da quarentena e que não foi infectado pelo vírus. ​

O rapaz também comemorou o fato de ter encontrado o parque sem muito movimento nem aglomerações. Ele disse que não apresentou reações após tomar a primeira dose e que sentia-se bem algumas horas após a segunda.

A dona de casa Yeda Maria de Souza, 40 anos, mãe de Clara, afirmou que é “pura emoção” saber que a menina logo vai poder voltar à escola e que está protegida. “Com a minha família vacinada, temos um risco menor de pegar e transmitir a doença. Temos de olhar menos para o nosso próprio umbigo e pensarmos mais no próximo. Se todo mundo já estivesse vacinado, estaríamos correndo menos riscos agora”, disse. Ela e o marido, o eletricista Paulo Vieira Feitor, 45 anos, já estão vacinados com as duas doses.

Pela manhã, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) disse que a ideia de abrir a vacinação nos parques surgiu pelo fato de que se tratam de locais onde os jovens gostam de frequentar. “Minha filha Isabela, de 15 anos, toma a vacina amanhã (segunda-feira). Ela está superfeliz. Ela e mais milhares de jovens que a gente vê como ficam felizes e dão importância à imunização.”

Apesar do esquema montado nos parques, a adesão da população à vacinação foi baixa. De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, neste domingo foram aplicadas 3.135 doses de vacina contra a Covid-19 em toda a cidade, entre adultos e adolescentes.

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