O prefeito Ricardo Nunes (MDB) anunciou nesta sexta-feira (1º) a retomada das obras da Fábrica do Samba, na Barra Funda (zona oeste da cidade de São Paulo), e fez a previsão de entrega do local para 21 de fevereiro de 2022, pouco antes do Carnaval do próximo ano, que ainda não tem realização confirmada na capital, mas as datas deverão ser de 26 de fevereiro a 1º de março.
A chamada Fábrica do Samba começou a ser construída em 2012 e tinha a inauguração marcada para janeiro de 2015, mas nunca ficou pronta. Somente 7 das 14 escolas do Grupo Especial contam com galpões no espaço, que foi parcialmente inaugurado pela gestão Fernando Haddad (PT).
“Estávamos com essa obra parada há anos. Fizemos hoje uma inspeção técnica, pois tínhamos uma situação muito complexa”, disse o prefeito, em entrevista coletiva durante visita ao local.
“A paralisação da obra foi ocasionada pela falta de transferência de recursos do governo federal, além dos altos custos para a segurança do local. Assumimos o investimento pela questão de economia e importância para a cidade”, afirmou.
Ainda segundo Nunes, o planejamento é necessário desde agora pela dimensão da festa, mas ressaltou que tudo dependerá ainda da vacinação contra Covid-19, da situação da pandemia e da autorização da Vigilância Sanitária. No mês passado, a prefeitura autorizou uma comissão a planejar o Carnaval de 2022 e as escolas de samba retomaram os ensaios de bateria recentemente.
“Os dados demonstram que poderemos ter, com segurança sanitária, Natal, Réveillon e Carnaval. Não podemos esperar fevereiro para começar a nos organizar. Caso tenha alguma alteração na questão sanitária, nós não teremos o Carnaval. Isso está acordado, mas precisamos de um planejamento”, afirmou.
Nunes ainda disse que a estimativa é que, caso ocorra, o Carnaval gere 200 mil empregos diretos na cidade, sendo 2.000 deles no Sambódromo do Anhembi.
“Vamos ter 15 milhões de pessoas na rua se tivermos o Carnaval. Na próxima terça-feira [5] vamos fazer um trabalho com todos os blocos de rua”, disse o político, ainda em meio à pandemia do novo coronavírus.
Os trabalhos para a finalização do local estão sob a responsabilidade do Edif (Departamento de Edificações) e da Siurb (Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras).
Segundo a gestão municipal, esta segunda etapa da obra tem custo previsto de R$ 21,2 milhões, sendo R$ 6,2 já liquidados. Os outros R$ 15 milhões, que deveriam ter sido pagos pelo governo federal, serão aportados pela prefeitura até o reembolso.
Ao todo, a Fábrica do Samba é composta por 14 galpões, distribuídos em três blocos (Bloco A – 3 galpões, Bloco B – 4 galpões e Bloco C – 7 galpões). Eles são áreas totalmente projetadas para as atividades de produção das escolas de samba.
Cada galpão conta com pé direito de 18 metros, 4 mil m² de área construída, elevador social, elevador de carga para até 1,5 mil kg, cozinha, refeitório, banheiros, vestiários, oficinas de serralheria e marcenaria, ateliers de costura, doca para recebimento de materiais, espaço para reciclagem e área para modelagem dos carros alegóricos.
Os blocos A e B (que somam 7 galpões), e parte do bloco C, foram finalizados em 2016. A Fábrica do Samba não foi totalmente executada dentro do primeiro contrato, uma vez que o Corpo de Bombeiros exigiu a inclusão de sistema de sprinklers (dispositivo para combate à incêndios), resultando na necessidade de adequação do projeto. Por este motivo os trabalhos foram finalizados em 2016.
A readequação do projeto foi executada em 2017 e, em 2018, foi assinado novo termo de compromisso com o governo federal. A licitação para a segunda fase das obras foi publicada em 2020 e a ordem de serviço para execução foi assinada em novembro do mesmo ano.
As escolas que hoje estão abrigadas na Fábrica do Samba são: Águia de Ouro, Gaviões da Fiel, Dragões da Real, Unidos de Vila Maria, Tom Maior, Acadêmicos do Tatuapé e Mancha Verde.
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