Descrição de chapéu Zona Oeste

Estúdio móvel em SP faz tatuagem gratuita em mulheres que tiveram câncer de mama

Projeto na ciclovia do rio Pinheiros ficará até dia 12 de novembro; agendamento é feito pelas redes sociais

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São Paulo

Um estúdio móvel na ciclovia do Rio Pinheiros (zona oeste da capital paulista), próximo à estação Vila Olímpia, linha 9-esmeralda da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), está oferecendo, até 12 de novembro, tatuagens gratuitas para mulheres com cicatrizes.

A ação do projeto do Tattoo Truck Tour busca aumentar a autoestima de mulheres que, por exemplo, tiveram câncer de mama e precisaram fazer a cirurgia de mastectomia (retirada cirúrgica de toda a mama), que possuem marcas de acidentes e até mesmo de violência doméstica.

Para agendar um horário, as interessadas podem entrar em contato pelo Instagram @tattootrucktour ou pelo telefone (19) 981990366. O atendimento é feito de acordo com a ordem de procura e dentro das condições de atendimento dos tatuadores.

Idealizado por Stella Nanni, 49 anos, e Gabriel Nanni, 25 anos, mãe e filho, o projeto existe há cinco anos e roda o Brasil e a América Latina há quatro. A ação já passou por Rio de Janeiro, toda a região sul do Brasil e por outros países como Uruguai e Argentina.

"Sempre nos questionamos como conseguiríamos ajudar as pessoas através da nossa arte. Nossa família toda é de médicos e eles ajudam diretamente", diz Stella.

Então uma tia minha teve câncer de mama e deu um depoimento muito emocionado contando o quanto a reconstrução do mamilo com uma tatuagem 3D mudou a vida dela. Nesse momento vimos que seria uma forma de retribuir o dom que temos", ressalta a tatuadora.

Stella trabalhou a vida inteira como artista plástica e sempre teve interesse por tatuagem. Há seis anos, ela e o filho, então com 18 anos na época, fizeram um curso e passaram a tatuar em Campinas, cidade onde residem.

"Já fazia tempo que queria aprender a tatuar porque acho um tipo de arte muito especial e era um desafio para mim", diz Stella.

"A gente idealizou o tattoo truck e construímos atendendo a todas as exigências da vigilância sanitária. A ideia de ser sobre rodas é justamente levar esse projeto ao maior número possível de pessoas", celebra.

Rozelia Teles da Silva, 57 anos, mostra a tatuagem feita no projeto montado na ciclovia do Rio Pinheiros, na zona oeste de SP - Ronny Santos/Folhapress

Segundo a tatuadora, a agenda para esta ação na capital paulista está quase lotada, mas é normal que aconteçam desistências. Por isso, as mulheres que tiverem interesse devem entrar em contato e, caso ocorra um cancelamento, os tatuadores retornam.

Podem fazer a tatuagem mulheres com mais de 18 anos de idade e vacinadas com as duas doses da vacina contra a Covid-19. A região a ser tatuada deve estar cicatrizada há pelo menos 1 ano. Em casos de queimadura de terceiro grau, a região deve estar cicatrizada há 1 ano e meio.

"Quando fiz minha primeira tatuagem para cobrir uma cicatriz, percebi que poderia ajudar de verdade com a minha arte", diz Gabriel Nanni.

Caso a participante esteja passando por algum tratamento, é necessário apresentar um atestado médico autorizando a realização do procedimento da tatuagem. Por recomendações de saúde, pessoas portadoras de diabetes não podem tatuar as pernas.

Depois de descobrir um câncer de mama em 2011, Rozelia Teles da Silva, 57 anos, promotora de vendas, precisou retirar toda a mama direita em 2012. Quase dez anos depois, nesta quinta-feira (4), ela realizou o sonho de cobrir a cicatriz com um desenho floral por meio do projeto.

"A cicatriz me incomodava muito. Era muito feia esteticamente", diz. "Fazer a tatuagem foi maravilhoso! Ela tem um significado muito grande e é muito importante para mim. Eu já tinha minha autoestima boa, agora está ótima", celebra Rozelia.

De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, depois do câncer de pele. Responde por quase 30% dos casos novos de câncer em mulheres.

A idade é um dos principais fatores de risco para a doença, sendo que quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos. Os principais fatores de risco comportamentais são: excesso de peso, falta de atividade física e consumo de bebida alcoólica.

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