Crise. Esperança. Soluções.
A pobreza cresce no país.
Chega um novo auxílio do governo.
O dr. Barreto balançava a cabeça.
—Vai ficar todo mundo mal acostumado.
O amigo dele se chamava Fabrício.
—O brasileiro precisa cair na realidade.
—Efetivamente.
Barreto olhava o relógio.
—E essa fila que não anda? Vai atrasar meu voo.
Os aeroportos vão ficando mais cheios nesta época do ano.
—Tenho prioridade, pô.
—Parece que tem uma aglomeração ali na frente.
Era a companhia aérea Jatotal mostrando carinho pelos clientes.
—Um Papai Noel?
—Ho, ho, ho.
Foi-se o tempo em que o bom velhinho andava de trenó.
—Promoção da classe executiva.
Barreto se interessou.
—É sorteio?
O Papai Noel mostrou um envelope.
—Hohoho, para quem for bem bonzinho…
Mais espaço. Mais conforto.
—Hohoho… e ainda pode sentar no meu colinho.
Era só preencher o formulário.
CPF. Cartão de crédito.
—Chave Pix também?
—Hohoho.
Barreto só reparou no rombo da conta vários dias depois.
O Papai Noel do aeroporto continua sendo procurado pela PF.
Na crise, é preciso ter os pés no chão.
Mas o sonho, por vezes, voa sem horário marcado.
Voltaire de Souza
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