A Grande Depressão não impediu os Jogos de Los Angeles-1932
Brasil volta a participar após fica fora em Armsterdã-28
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Nem mesmo a Grande Depressão, uma recessão econômica que atingiu os EUA em 1929, conseguiu impedir a realização dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1932. No entanto, longe da Europa e ainda na até então remota costa Oeste americana, a sede teve o menor número de participantes desde 1904 —apenas 1.332 atletas (126 mulheres) de 37 países competiram em 117 provas.
Uma novidade nessa edição foi a duração de apenas 16 dias. Entre 1900 e 1928, os Jogos não tiveram menos de 79 dias de disputas. O período entre 15 e 18 dias passou a ser tradição nas Olimpíadas seguintes.
Os donos da casa mais uma vez dominaram o quadro de medalhas, com 110 pódios (44 ouros, 36 pratas e 30 bronzes), à frente da Itália, com 36 (12 medalhas de cada).
Depois de ficar fora de Amsterdã-1928 por questões financeiras, o Brasil voltou a mandar 82 atletas para Los Angeles em uma viagem que durou um mês no navio Itaquicê. O problema foi que apenas 66 puderam participar. Cada passageiro que desembarcasse tinha que pagar um dólar. Como os recursos eram escassos, os organizadores decidiram que só desceriam os que tinham chances de medalha. Depois, os integrantes das equipes de polo aquático, remo e atletismo também puderam descer.
O destaque brasileiro e única mulher da delegação foi a nadadora Maria Lenk, então com 17 anos, a primeira sul-americana a participar de uma edição olímpica. Ela nadou em três provas: 100m livre, 100m costas e 200m peito.
Uma história curiosa aconteceu com Adalberto Cardoso, que escapou do navio e foi para Los Angeles a pé e de carona. Chegou ao estádio Olímpico a dez minutos da prova dos 10.000 m, mas conseguiu participar, mesmo descalço. Foi chamado de Homem de Ferro pela mídia.
Brasileiros viajam em navio camuflado de barco de guerra
Para não pagar pedágio no Canal do Panamá, o navio Itaquicê, da delegação brasileira, foi camuflado de barco de guerra. Mas não adiantou: inspetores subiram a bordo, verificaram que os canhões eram decoração e a delegação teve que pagar o tributo. Além disso, os atletas tinham o compromisso de vender 55 mil sacas de café, que estavam no porão do navio, nos portos durante as paradas do percurso. Quem não desembarcou para disputar os Jogos seguiu viagem até São Francisco para encontrar compradores.
Babe Didrikson, a melhor atleta do início do século
A americana Babe Didrikson Zaharias foi eleita em 1950 pela agência AFP a atleta da primeira metade do século pelo seu desempenho no basquete (na faculdade), no atletismo e no golfe. Em Los Angeles-32, ela foi ouro no lançamento de dardo, mesmo com uma lesão no ombro, e nos 80 m com obstáculos, além de uma prata no salto em altura. Naquela época, mulheres só podiam disputar três provas no atletismo. Após os Jogos, ela se dedicou ao golfe e se tornou uma das melhores jogadoras de todos os tempos.
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