Em operação contra o relógio, cidade de SP pede ajuda ao Exército para distribuir vacinas
Escolta foi feita para ajudar na distribuição de 120 mil doses a pontos de imunização nesta quinta-feira (24), quando quem tem 48 anos foi vacinado
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Numa verdadeira “operação de guerra logística contra o relógio”, a Prefeitura de São Paulo solicitou ajuda até do Exército para distribuir doses das vacinas contra a Covid-19 em postos de vacinação da capital paulista nesta quinta-feira (24).
O apoio foi solicitado para que as 120 mil doses de vacina recebidas às 8h desta quinta fossem entregues aos pontos de vacinação da capital . Além de homens do 8° BPE (Batalhão de Polícia do Exército), a escolta contou com auxílio da GCM (Guarda Civil Metropolitana).
“Nós estamos pedindo apoio a todos os setores”, afirmou o prefeito Ricardo Nunes (MDB).
No dia 14 deste mês, Nunes recebeu na sede da prefeitura o comandante militar do Sudeste, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva. Segundo o Exército, a visita foi institucional e serviu para que o comando colocasse à disposição da administração municipal para qualquer necessidade.
O secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, afirmou que esses efetivos foram usados para furar o trânsito para que as doses das vacinas chegassem mais rápido até os pontos de vacinação.
“Recebemos [as doses] às 8h e fizemos a divisão para os nossos depósitos regionais. Tivemos inclusive a ajuda do Exército, da PM e da Guarda Civil Metropolitana nas escoltas para poder abrir os faróis da cidade para a vacina poder chegar mais rapidamente, sobretudo nos postos de saúde mais distantes”, afirmou Aparecido.
Segundo cálculos apresentados por Aparecido, na quarta-feira (23) foram imunizadas cerca de 93 mil pessoas de um total de 105 mil que poderiam ser vacinadas. Ele não disse quantas exatamente tinham 49 anos e quantas eram de outros grupos.
Como a prefeitura informou que recebeu 181 mil doses na última terça-feira, o estoque restante era de cerca de 90 mil doses, número insuficiente para atender as 105 mil pessoas de 48 anos que estavam aptas a receber o imunizante nesta quinta-feira, fora pessoas de outros grupos que ainda estão sendo vacinadas.
A sombra de um novo apagão tal como ocorrido na última segunda-feira, quando 305 pontos de vacinação ficaram se as doses, foi o combustível para acelerar o trabalho dessa força-tarefa de logística nesta quinta-feira.
Segundo o Comando Militar do Sudeste, para escolta foram empregados 14 homens. Eles acompanharam todo o transporte, desde o centro de distribuição na Freguesia do Ó (zona norte), até postos de vacinação localizados em Pinheiros (zona oeste), Ipiranga (zona sul), em Itaquera (zona leste), Santana (zona norte) e Brooklin (sul).
No limite
Durante a coletiva realizada na manhã desta quinta-feira no Hospital Municipal e Maternidade Escola Vila Nova Cachoeirinha (zona norte da capital), realizada após a apresentação de uma cirurgia intrauterina inédita no local, Nunes afirmou que o trabalho de distribuição é complexo. “Estamos fazendo um trabalho buscando antecipar o máximo possível”, afirmou.
“Estamos adotando uma estratégia de trabalhar no limite. Vai ter uma situação em que você terá postos com mais vacinas, e outros com menos. Isso porque a população procurou mais num posto do que no outro. Nossa equipe está trabalhando no limite”, afirmou.
Sem mencionar qual é o prazo máximo para que um ponto de vacinação receba novas doses, Aparecido disse que o abastecimento é imediato. Apesar disso, a reportagem constatou que em várias unidades a reposição das doses chegou a demorar até quatro horas.
Aparecido afirmou que o governo estadual deve entregar mais doses até o final desta semana. Entre as vacinas que foram distribuídas nesta quinta estão da Pfizer. Na quarta, os postos estavam usando Coronavac para primeira dose e AstraZeneca para reforço.