Postos de saúde da capital paulista estão sem fraldas geriátricas

Problema para distribuição do produto para idosos ocorre em unidades de saúde de todas as regiões da cidade de São Paulo

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São Paulo

UBS (Unidades Básicas de Saúde) da cidade de São Paulo enfrentam problemas na distribuição de fraldas geriátricas à população. Nesta quinta-feira (24), a ausência do produto foi confirmada em postos de saúde de todas as regiões da capital.

A reportagem do Agora contatou UBSs das cinco regiões da cidade. Nove delas afirmaram que as fraldas geriátricas estão em falta e que não há previsão de reposição.

Unidade Básica de Saúde Humaitá, na região central de São Paulo, que está sem fraldas geriátricas para distribuir aos idosos cadastrados - Rubens Cavallari - 16.abr.21/Folhapress

Na zona oeste, são três postos de saúde que relataram falta de fraldas: UBSs Jardim São Jorge, Paulo 6º e Vila Borges. Na UBS Vila Dalva, também na região, houve reposição. "Ficou três meses sem vir, mas chegou", disse, por telefone, uma funcionária da unidade.

As UBSs Cidade Líder (zona leste), São Mateus 1 (zona leste) e Vila Ramos (zona norte) também confirmaram a ausência de fraldas geriátricas. Já no centro, o problema foi relatado nas UBSs Boracea e Humaitá.

Por telefone, uma funcionária da UBS Heliópolis, na zona sul, afirmou que somente o tamanho G estava disponível para distribuição, enquanto os outros seguiam em falta.

"São quase cinco meses que não tem [fraldas], mas isso acontece frequentemente. Algumas vezes não vinha o tamanho G, só P ou M. Mas agora não está vindo nada", conta o líder comunitário, Cláudio Freitas, 49.

Freitas relata a dificuldade de obter fraldas na UBS Jardim São Jorge e de fazer denúncia no 156, portal de atendimento da prefeitura. Seu pai, de 83 anos, tem mal de Alzheimer e precisa das fraldas no dia a dia.

"Estive quatro vezes na UBS na semana passada e nada da fralda. Estamos juntando os oito irmãos e cada um dá um pouco [de dinheiro] para comprar uma coisa que ele tem direito", afirma.

A artesã Cláudia Freitas Alves, 50, também não consegue retirar fraldas geriátricas para seu pai, de 83 anos. "Ele recebe uma aposentadoria baixa, que usamos para comprar material de higiene, roupa, remédios e não tem como comprar fralda", diz.

Cláudia afirma que vai frequentemente até a UBS Jardim São Jorge para verificar se eles receberam o produto. "Antes, eu costumava ligar no 156 para reclamar, demorava, mas eles retornavam. Agora é um descaso, eles desligam o telefone na sua cara", conta.

Resposta

A Secretaria Municipal da Saúde, da gestão Ricardo Nunes (MDB), afirma que concluiu o processo de compra para aquisição de 5,6 milhões de fraldas para atender a demanda das unidades da rede municipal de saúde. Segundo a pasta, o insumo está em distribuição nas unidades.

"O Órgão esclarece que desde o final do ano passado teve dificuldades de compras de fraldas por conta da falta de matéria-prima no mercado, como gel e TNT, mas, mesmo assim, estamos conseguindo suprir as demandas das unidades de saúde", diz nota.

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