O mosquito e o papel de cada um

Velho inimigo dos brasileiros, o temido Aedes aegypti voltou com força neste ano.

Nada menos que 994 cidades _um quinto dos municípios pesquisados no país_ estão com altos níveis de infestação do mosquito.

Não é à toa que o número de infectados pelo vírus da dengue tenha disparado. Já são quase 452 mil casos prováveis até meados de abril, contra 103 mil no mesmo período do ano passado.

O avanço assusta: o total de doentes mais que quadruplicou. Já o de mortos dobrou, passando de 66 para 123.

O Ministério da Saúde diz que ainda não vivemos uma epidemia. São 216 casos para cada 100 mil habitantes no Brasil, uma média considerada moderada.

A situação em algumas regiões, no entanto, é preocupante. Em sete estados e no Distrito Federal, os registros estão acima de 300 casos para cada 100 mil.

Em Tocantins, por exemplo, a dengue explodiu: são 799 infectados a cada 100 mil pessoas. Em São Paulo o número espanta: quase 159 mil casos em 2019 (349 por 100 mil).

Há duas formas de encarar a proliferação do Aedes, que também transmite a chikungunya, a zika e a febre amarela _única dessas doenças com uma vacina eficiente.

A mais cômoda é culpar as fortes chuvas e o calorão deste começo de ano. É a preferida dos governantes, que, assim, se livram de suas responsabilidades.

A outra é enxergar o fracasso do poder público em combater uma doença típica de países subdesenvolvidos.

Mas cabe aí uma bronca à sociedade em geral. Afinal, erradicar o mosquito é uma desafio que começa na casa de cada um.
 

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