Analfabetos demais

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O Brasil passou mais uma vergonha na área da educação. Quatro anos após o prazo estipulado, o país ainda não alcançou a meta de alfabetização.

De acordo com o Plano Nacional de Educação, o objetivo era que não mais de 6,5% da população chegasse até 2015 com dificuldades para ler e escrever um bilhete simples. No ano passado, essa taxa ficou em 6,8%. É gente demais. 

Nesse ritmo lento, será praticamente impossível alcançar uma outra meta: a de erradicar o analfabetismo até 2024.

O Brasil permanece com uma marca de 11 milhões de analfabetos —são consideradas na estatística as pessoas com 15 anos ou mais. Os homens são a maioria, e a região em pior situação é o Nordeste, cuja taxa de analfabetismo (13,9%) é quatro vezes a do Sudeste (3,5%).

Vale reforçar que uma parcela bem maior de brasileiros ainda não consegue ler, por exemplo, este editorial. São os chamados analfabetos funcionais (29%), que até encontram informações em um texto, mas não tiram conclusões.

O drama não para por aí. Os números divulgados pelo IBGE  também mostram um avanço entre os chamados “nem-nem” —os jovens de 15 a 29 anos que não estudam nem trabalham. De cada 4 nessa faixa etária, 1 vive nesta situação.

Entre os brasileiros de 18 a 24 anos, um terço estava estudando em 2018. Mas só um quarto do total frequentava uma faculdade, a etapa adequada para a idade.

É um cenário desolador em um país com mais de 13 milhões de desempregados e que luta para voltar a crescer.

Não há outra saída: só com instrução e qualificação será possível reduzir a desigualdade e promover o desenvolvimento. É preciso muito mais pressa na melhora do ensino, começando pelo básico.

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