"Meu muito obrigado a quem votou e a quem não votou em mim também. Lá na frente todos votarão, tenho certeza disso." A frase foi dita pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), na manhã de quinta-feira (20) em visita à cidade de Eldorado (SP), onde passou sua infância.
A declaração, em clima de reencontro festivo com amigos e familiares, poderia ter passado como uma brincadeira sem maior importância. Mas Bolsonaro voltou ao assunto no mesmo dia.
Questionado por jornalistas, disse que pretende mesmo disputar um novo mandato, a menos que seja aprovada "uma boa reforma política" sem reeleição. Caso contrário, "estamos aí para continuar mais quatro anos", afirmou.
Chama a atenção que o presidente, ainda por completar seis meses de governo, se pronuncie sobre um pleito marcado para 2022. Ainda mais porque, na campanha, ele fez várias críticas à regra que permite a reeleição.
Essa conversa de reforma política é para boi dormir --ainda mais porque Bolsonaro defende reduzir o número de deputados federais de 513 para 400. Imagine se isso passa no Congresso.
Os prefeitos e governadores não vão querem saber de perder o direito a um segundo mandato. O presidente, ao que tudo indica, também não.
Pela movimentação desse início de governo, muita coisa ainda vai acontecer até 2022. Bolsonaro enfrenta grandes dificuldades políticas, e ninguém sabe se a economia vai se recuperar.
Noves fora a contradição com o discurso de campanha, o que não é pouca coisa, menos mal que Bolsonaro deixe claro de uma vez seu desejo de concorrer à reeleição. Pior seria embromar os eleitores até a última hora.
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