O novo cacique tucano

A convenção nacional do PSDB, realizada na sexta-feira (31), serviu para eleger um novo presidente e mostrar que o governador de São Paulo, João Doria, é hoje o novo cacique tucano.

O governador de SP, João Doria, o novo presidente do PSDB Bruno Araújo e os ex-governadores Geraldo Alckmin e José José Serra durante convenção da executiva do PSDB, em Brasília - Pedro Ladeira 31.mai.19/Folhapress

O vexame do ex-governador Geraldo Alckmin na corrida presidencial do ano passado e a vitória de Doria na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes selaram uma nova fase na vida do partido --que foi punido pelo eleitorado e saiu das urnas menor do que entrou.

O PSDB ficou associado aos maus hábitos da política brasileira. Pagou o preço, por exemplo, de não ter afastado líderes envolvidos em escândalos, caso do mineiro e ex-presidenciável Aécio Neves.
Doria percebeu para onde os ventos sopravam na campanha e tratou de se aproximar dos eleitores do então presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Deu certo.

A próxima meta é a conquista do Palácio do Planalto em 2022. Por isso, o governador agora trata de se diferenciar do presidente. Montou um secretariado com nomes de peso e procura manter boa relação com os partidos aliados.

Não é à toa que na convenção tucana estava gente importante como o ex-senador Romero Jucá (RR), presidente do MDB, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O comando do PSDB ficou com o ex-deputado federal e ex-ministro das Cidades Bruno Araújo (PE), de 47 anos, como queria Doria. Os dois agora tentam se entender com a velha guarda do partido.

Resta saber se nos próximos anos o governador vai conseguir resultados em educação, saúde, segurança e obras. Até agora, ele mostrou mais a sua ambição política: na prefeitura da capital, onde havia prometido cumprir o mandato todo, não teve tempo de fazer muita coisa.

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