Pelo bem dos alunos

Em ação inédita, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo decidiu exonerar 26 dos 91 dirigentes regionais de ensino, devido a um novo sistema de avaliação e seleção dos profissionais.

Escola Estadual Alexandre Von Hunboldt, na zona oeste de São Paulo, colégio que tem aula em período integral - Rivaldo Gomes - 17.mai.19/Folhapress

Não se trata de demissão, mas de perda do cargo de chefia. Alguns voltarão a trabalhar como professores; outros saíram porque já se aposentaram. 

A novidade foi criada pelo governo João Doria (PSDB). Até então, os dirigentes só faziam concurso com provas escritas. Agora, em parceria com uma entidade privada, o modelo busca avaliar critérios mais objetivos de competência e desempenho, inclusive a liderança.

A prática deveria ser rotina na vida pública. No Brasil, é comum a indicação política de chefes, seja nas regionais ou nas escolas. O Ceará é um exemplo de estado que saiu dessa inércia e conseguiu avançar na educação.

Parte dos educadores deve resistir ao processo, principalmente os que foram promovidos sem merecimento. 

De todo modo, cabe ao governo minimizar a insegurança entre os profissionais, para não abalar o ensino além da conta. Uma saída é fazer tudo com transparência e sem perseguição.

Segundo o secretário Rossieli Soares, havia pessoas ocupando os cargos por décadas sem desempenho satisfatório. Vale destacar que o PSDB de Doria está há mais de 20 anos no comando de São Paulo e pouco fez pelo progresso do ensino --o estado, inclusive, caiu no ranking nacional nos últimos anos.

Melhorar a educação pública é um desafio imenso. Cabe ao governador e ao secretário convencerem os educadores de que essas mudanças, ainda que dolorosas, têm como único objetivo o benefício dos alunos e de seu futuro.

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