A hora do almoço é o momento de pôr o pé na rua. Não só o pé, mas a bicicleta, o carro ou a patinete. E quem faz isso, no final das contas, é uma multidão de 5,2 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo.
Toda essa movimentação foi identificada pelo Metrô na pesquisa Origem e Destino, realizada de dez em dez anos. E ela traz novidades desta vez.
Antes, em 2007, mais moradores começavam as suas viagens no início da manhã. Uma década depois, o maior número passou a ser visto ao meio-dia.
A mudança merece atenção principalmente dos prefeitos da capital paulista e de cidades vizinhas. Nesse horário, pouco mais da metade desse vaivém é feito a pé. E aí aparecem as dores de cabeça que pedestres enfrentam.
Se andar em calçadas vazias às vezes pode lembrar uma corrida de obstáculos, com elas cheias a dificuldade da prova dobra. Um dos problemas é a largura. Em algumas delas, simplesmente não cabe o mar de gente, e o que resta é se arriscar no asfalto mesmo.
Ao competir com motoristas pelo espaço, quem prefere a sola do sapato corre o risco de ser atropelado.
Já os donos de carros tiram o pé do acelerador e fazem desvios para não atingir ninguém.
Com essa disputa por espaço, as prefeituras, é claro, precisam se mexer. Um primeiro passo é avaliar se algumas calçadas não merecem uma boa reforma. Outra providência óbvia é regular semáforos e dar mais tempo para as pessoas cruzarem a rua sem chegar ao outro lado com a língua de fora.
E quanto aos motoristas? Bem, apesar de eles serem muitos, é mais racional hoje dar mais atenção à segurança e à mobilidade dos pedestres.
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