Real, 25 anos

Cerca de 80 milhões de brasileiros têm hoje de zero a 25 anos de idade. Isso significa que quase 4 de cada 10 habitantes do país nasceram em tempos de inflação baixa ou pelo menos sob controle —uma raridade na história nacional.

Moedas de R$ 1 - Adriano Vizoni - 10-mar.15/Folhapress

Os um pouco mais velhos certamente se lembram de uma época em que a moeda não valia nada. Para se ter uma ideia, antes da chegada do real, em 1º de julho de 1994, a inflação acumulava nada menos que 4.922% em 12 meses.

Atualmente é até difícil imaginar o que isso significa. Dá uma média de 38,6% por mês, ou 1,08% ao dia (incluindo sábados, domingos e feriados). Em uma semana, os preços subiam, em média, o que agora levam dois anos para subir.

Essa calamidade havia começado nos anos 1980, quando o Brasil perdeu as condições de pagar suas dívidas com estrangeiros. Sem grana, o governo precisava imprimir dinheiro para pagar as contas, a inflação disparava.

Vários planos econômicos mudavam o nome da moeda (cruzeiro, cruzado, cruzado novo, cruzeiro real) e tentavam congelar os preços, os salários e os contratos, mas nada dava certo.

O Plano Real funcionou porque seus formuladores conseguiram apoio político e aprenderam com os erros do passado. Deram um jeito nas contas do governo, negociaram a dívida e permitiram mais importações (a competição ajudava a baratear os produtos brasileiros).

Hoje o país está na pindaíba, porque o governo Dilma Rousseff (PT) achou que podia gastar dinheiro sem limite. Mas a situação nem de longe é tão ruim quanto a dos tempos de hiperinflação.

A lição é que não existe mágica: um sucesso duradouro depende de disciplina, persistência e também de sacrifícios.

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