É comum nas principais cidades do país a impressão de que o número de moradores de rua cresce sem parar. E também a de que as prefeituras ainda não fazem ideia de como frear isso.
A situação, claro, é complicada. Diferentes fatores, como a falta de trabalho ou vício em drogas, podem contribuir para que uma pessoa chegue a esse estado de penúria. Além disso, existem obstáculos para convencê-las a aceitar ajuda quando elas passam a viver nas ruas.
Porém um primeiro passo deveria ser adotado desde já: ter em mãos estatísticas padronizadas que mostrem a real dimensão do problema, pois hoje cada prefeitura faz sua contagem se quiser, como quiser e quando quiser.
Em São Paulo, maior e mais rica cidade brasileira, são feitos levantamentos de quatro em quatro anos. No último, de 2015, foram registradas 15 mil pessoas.
Enquanto não ocorre uma atualização, outros dados apenas dão uma ideia do quadro. Também em 2015, assistentes sociais realizaram 56 mil abordagens a moradores de rua. Passados três anos, o saldo quase dobrou, para 105 mil.
A prefeitura diz que a diferença é resultado do seu maior empenho em atendimentos. Por outro lado, uma estimativa do Movimento Estadual de População em Situação de Rua indica que esse grupo de fato disparou, somando 32,6 mil.
A capital paulista não está sozinha. Segundo levantamento publicado no domingo (14) pelo jornal Folha de S.Paulo, há mais gente dormindo nas ruas em capitais como Rio (14 mil), Porto Alegre (4.000) e Curitiba (2.000).
É evidente que só números não serão a poção mágica para resolver tudo. Mas deve-se fazer essa lição de casa básica para lidar com um problema tão triste.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.