Atrasos na distribuição de leite para famílias mais pobres da capital paulista são um problema que vem de gestões passadas. Na atual, de Bruno Covas (PSDB), não parece diferente.
O programa municipal Leve Leite prevê a entrega do alimento para crianças de 4 meses até o término da educação infantil, aos 6 anos, que estejam em situação de carência social. Já crianças com algum tipo de deficiência recebem até o 5º ano do ensino fundamental.
Reportagem do Agora publicada nesta quinta-feira (8) mostra a preocupação de algumas mães com o atraso. Para muitas famílias paulistanas, o leite grátis é um alívio no orçamento, principalmente em tempos de crise econômica.
É o caso de uma dona de casa que cuida do filho de 4 anos e do neto de 2. Ambos pararam de receber o benefício. “Faz muita falta, pois estou desempregada e moramos todos juntos”, conta Elaine Cristina da Silva, 41 anos.
Sobre esse caso específico, a prefeitura diz que havia falhas no cadastro. Em relação a outras queixas, a administração afirma que a situação já foi regularizada e que atende 320 mil alunos —10 mil a mais do que no ano passado.
Quando ainda era prefeito, em 2017, o hoje governador João Doria (PSDB)—o antecessor de Covas— reformulou o programa. À época as mudanças causaram polêmica, já que houve redução do número de crianças beneficiadas e na quantidade de leite entregue.
A administração reforça que o Leve Leite foi “redesenhado” para “focalizar o público sujeito a vulnerabilidades”.
Se os cortes no programa eram realmente necessários, não há mais desculpas para falhas na distribuição. Pelo menos é o que as famílias esperam.
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