Problema nada passageiro

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Quem anda de ônibus em São Paulo sabe: os prefeitos mudam, as promessas também, mas a vida dos passageiros é sempre um tormento.

O calvário começa logo no ponto de ônibus. Como mostrou o Vigilante Agora, faltam coberturas e assentos, e sobram sujeira e abandono. Encontrar o itinerário das linhas, então, só por milagre.

Após percorrer cerca de 200 km em todas as regiões da capital, a reportagem mostrou que a situação é ainda pior nos bairros da periferia --justamente onde estão os que mais precisam dos coletivos. É comum reclamarem do longo tempo em pé, principalmente os idosos, e do perrengue nos dias chuvosos. 

Parte da responsabilidade pelas paradas foi transferida à iniciativa privada ainda na gestão Gilberto Kassab (2006-2012). Em troca da instalação e conservação de 6.500 pontos de ônibus, a concessionária explora a publicidade nos locais. Com o passar dos anos, porém, os novos abrigos foram se deteriorando.

A atual gestão, do prefeito Bruno Covas (PSDB), diz que cobrará da concessionária as "providências cabíveis". Pelo contrato, a empresa deve zelar pela cobertura, pelos bancos e pelas informações dos trajetos das linhas.

Se há algo que pode trazer alguma esperança é a nova licitação dos ônibus, que prevê a modernização de todo o sistema. A pendenga, porém, se arrasta desde 2013 e sofreu um duro golpe nesta quarta-feira (21).

A Justiça suspendeu a concorrência por entender que a alteração dos prazos no contrato é irregular.

A prefeitura ainda pode recorrer em instâncias superiores, mas a novela deve continuar por um bom tempo. Ao passageiro, contudo, o melhor é esperar sentado --desde que haja um banco, claro.

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