O presidente Jair Bolsonaro (PSL) e membros da sua família vivem situação incômoda, agravada nos últimos dias após um conjunto de revelações.
Primeiro foi o PM aposentado Fabrício Queiroz, flagrado em uma conversa estranha. No áudio, o amigo de longa data da família refere-se a uma investigação no Ministério Público (MP) como uma ameaça “do tamanho de um cometa”.
Queiroz e o senador Flávio Bolsonaro estão sob a mira do MP por um suposto esquema de “rachadinha” —quando funcionários do gabinete entregam parte de seus salários ao parlamentar.
O ex-assessor diz ainda na gravação que chegou a discutir com Bolsonaro a demissão de uma funcionária fantasma. A biografia de Queiroz contribui para reforçar as suspeitas de conexão entre a família Bolsonaro e as milícias cariocas.
Esses laços nebulosos provocam aflição após novos detalhes da investigação da morte da vereadora Marielle Franco. O principal suspeito, Ronnie Lessa, reuniu-se com outro acusado, o também ex-PM Élcio Queiroz, no condomínio onde o presidente tem casa, no Rio.
O encontro teria ocorrido no dia do crime: 14 de março de 2018. Segundo um porteiro, Élcio disse que iria à casa do então deputado Jair Bolsonaro —que, no entanto, estava em Brasília, de acordo com registros da Câmara dos Deputados.
O presidente negou enfaticamente qualquer relação com o crime. O próprio MP, inclusive, já afirmou que o porteiro deu uma informação falsa, incompatível “com a prova técnica”.
O país, porém, aguarda há muito tempo esclarecimentos tanto da morte de Marielle quanto sobre os rolos de Queiroz. Essas investigações precisam avançar, não importam a quem atinja.
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