Contraceptivo de alta eficácia, relativamente barato (cerca de R$ 100) e válido por dez anos, o DIU de cobre sumiu da rede municipal há oito meses.
O Agora entrou em contato com 40 Unidades Básicas de Saúde (UBS) da capital: 36 delas não tinham o chamado dispositivo intrauterino, e outras 4 não quiseram informar por telefone.
Oferecido gratuitamente pelo SUS, o DIU é um método rápido e seguro, mas precisa ser aplicado em um consultório por médicos ou enfermeiros.
Muitas mulheres que passaram antes pelo obrigatório planejamento familiar aguardam o dispositivo, mas sem previsão de receber. Algumas oferecem até comprá-lo na farmácia para agilizar o processo, o que não é permitido.
Mesmo quando o DIU chega às UBS, é insuficiente. No posto de saúde Jardim Sinhá, em Sapopemba (zona leste), a prefeitura entregou apenas quatro unidades para uma fila de 28 mulheres.
Além da falta de material, a capacitação dos profissionais é inadequada. Ginecologistas lembram que o DIU sempre foi um problema no SUS porque poucos médicos da rede sabem colocá-lo.
Sob a gestão Bruno Covas (PSDB), a prefeitura paulistana diz que providenciou a compra de 13 mil unidades até dezembro. Médicos generalistas também estarão “capacitados para a inserção”.
O planejamento familiar apresenta falhas graves na cidade. Em 2018, em Marsilac (zona sul), quase 20% das mães tinham menos de 19 anos ao darem à luz.
A maioria das mulheres que buscam o DIU vem de famílias carentes, muitas sem intenção ou condições de criar um ou mais filhos. Oferecê-lo é um compromisso com toda a sociedade —além de uma economia para o poder público.
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