Os incêndios florestais que atingem a Austrália são tão gigantescos que tiveram reflexos até mesmo no Brasil.
Carregada pelo vento por mais de 12 mil quilômetros, parte da fumaça atravessou o Oceano Pacífico e chegou ao Rio Grande do Sul. Ao menos não deverá causar danos à saúde ou ambientais.
Já na Austrália a história é bem diferente. O desastre traz graves prejuízos à população e à fauna. Estima-se que meio bilhão de animais morreram desde setembro, quando o fogo começou.
As chamas já devastaram uma área quase do tamanho de Portugal. Sydney, a cidade mais populosa, está acuada pela tempestade de fogo. Milhares se refugiam em praias para escapar das chamas. Cerca de 2.000 casas foram destruídas e mais de 30 pessoas já morreram.
Na maior operação militar de resgate da história, o país deverá gastar R$ 5,7 bilhões só para reparar os prejuízos.
Incêndios florestais são até comuns na Austrália. Porém, jamais se viu algo assim. Tudo se agravou com a seca extrema, recordes de temperatura (quase 50º C) e ventos fortíssimos. A explicação mais provável para isso parece ser uma consequência do aquecimento global.
Comparar as queimadas australianas com as recentes na Amazônia, como vem fazendo o presidente Jair Bolsonaro, é um absurdo. Nossa floresta é chuvosa, muito difícil de incendiar. Só se emprega o fogo na região para eliminar pragas dos pastos ou livrar-se dos detritos das matas derrubadas.
Assim como Bolsonaro, o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, nega que a crise do clima seja algo grave. É provável que seja lembrado como um dos responsáveis pelas terríveis imagens de coalas e cangurus queimados.
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