Coronabol

Não é só na técnica e na tática que o futebol brasileiro está atrasado. Também na prevenção ao coronavírus os cartolas e os clubes vão despertando muito lentamente para o que acontece no restante do mundo.

São Paulo e Santos se enfrentaram no sábado (14) em um Morumbi sem público. Também sem torcida, Corinthians e Ituano jogaram no domingo em Itaquera. Já o Palmeiras empatou com a Inter em Limeira com gente no estádio. Tudo com direito a abraços entre jogadores e treinadores de todas as equipes.

Pior aconteceu no Rio, onde o Flamengo entrou em campo, com portões fechados, ainda aguardando os resultados de exames preventivos para detectar eventual contaminação por coronavírus no elenco e na comissão técnica.

Um dos vice-presidentes do clube, que esteve na Espanha, contraiu o novo vírus. Ele esteve recentemente em um voo de mais seis horas com a equipe inteira. Depois do jogo, o técnico Jorge Jesus cobrou a suspensão do Carioca.

É o que já está ocorrendo mundo afora, inclusive na América do Sul —a Conmebol já parou a Libertadores de 15 a 21 de março, além das eliminatórias para a Copa entre os dias 23 e 31 deste mês.

Campeonato sem torcida presente não faz sentido. Mais absurdo ainda seria aglomerar milhares de pessoas e facilitar a disseminação da pandemia.

Pode parecer cuidado excessivo, porque essa gripe não mata tanto assim. A preocupação, porém, é evitar que um grande número de infectados provoque nos próximos dias um caos no sistema de saúde que afetaria toda a população.

Ficar sem futebol para assistir é um perrengue, mas o sacrifício temporário pode ajudar a salvar vidas.

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