O Brasil perdeu nas últimas semanas nomes ilustres da cultura nacional, como os escritores Rubem Fonseca e Sérgio Sant’Anna, os compositores Moraes Moreira e Aldir Blanc e o artista plástico Abraham Palatinik.
No entanto nenhuma autoridade federal, a começar pela secretária de Cultura, Regina Duarte, demonstrou publicamente algum tipo de pesar. A alma pequena do atual governo já não surpreende ninguém. E não poderia ser diferente, dada a aversão, em geral, à ciência, às artes e à educação.
Esse obscurantismo vai desafiando limites. Muitos órgãos foram ocupados por um bando de despreparados e fanáticos, mais interessados em combater inimigos de esquerda do que em gerir o setor. A nomeação da atriz para o cargo na Cultura até parecia ser exceção à regra e uma esperança de pacificação. Foi, infelizmente, um engano.
A secretária, que já não demonstrava grande capacidade para o exercício da função, deu um passo a mais em entrevista recente ao canal CNN Brasil.
Na ocasião, Regina Duarte, descontrolada, desfiou uma série de maluquices: desde a nostalgia pelas patriotadas da ditadura militar ao desprezo pelas vidas —e não apenas as dos grandes nomes da cultura— que se perdem aos milhares com a pandemia do novo coronavírus.
A permanência da atriz no cargo não é promissora. Mas as bobagens que falou na TV agradaram ao que existe de pior no bolsonarismo, e assim ela pode ter conseguido mais tempo.
De todo modo, não se sabe bem para que finalidade. Assim como acontece na Educação e no Ambiente, a turma escolhida pelo governo mostra que está mais empenhada em destruir que em criar.
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