A evasão escolar sempre foi grave no ensino médio do país e tende a piorar com a Covid-19. Antes da pandemia, 1 em cada 4 estudantes da rede estadual paulista abandonava os estudos. Agora, estima-se que a taxa vá subir para 1 em cada 3 alunos, devido à perda de renda familiar.
Enquanto o governo federal não faz nada, os sistemas estaduais de ensino trabalham para evitar o pior.
Nos últimos anos, legisladores tentaram tornar o currículo mais útil e interessante aos estudantes, por meio de soluções como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que permitiu a flexibilização das disciplinas e da grade curricular.
Houve ainda a reforma do ensino médio de 2017, que determinou o oferecimento de cinco itinerários formativos: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica.
O estado de São Paulo sai na frente com a reformulação. Seu Conselho de Educação aprovou que, começando em 2021, os alunos de ensino médio possam escolher entre 12 trajetos de curso, incluindo 6 itinerários integrados (como ciências humanas e linguagens).
A Secretaria de Educação diz que o novo sistema será efetivado aos poucos. Cada escola terá de manter ao menos dois itinerários, e os estudantes poderão cursar matérias em mais de uma escola.
O governo promete ainda aumentar a variedade de cursos técnicos, preferidos por 70% dos alunos que estudam de noite. É o rumo certo para reter na escola quem já trabalha e quer oportunidades no futuro.
Pernambuco, Minas Gerais, Paraíba e Mato Grosso do Sul devem adotar novos currículos até o final deste ano. É um sinal promissor de que a sociedade não aceitará a negligência vergonhosa do MEC e a paralisia federal diante da pandemia.
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