"Bote fé no velhinho, o velhinho é demais. Bote fé no velhinho, ele sabe o que faz. Vai limpar o Brasil do Oiapoque ao Chuí e acabar com a molecagem que tem por aí!" Esse era o refrão do jingle que animou a campanha do deputado Ulysses Guimarães à presidência da República em 1989.
Contrariando a cultura nacional, onde a terceira idade é deixada de escanteio, Ulysses, no alto de seus 73 anos, se colocou como alternativa ao Palácio do Planalto. No mundo do futebol, o sarrafo é mais baixo. Sob o parâmetro da efêmera carreira do futebolista, romper a barreira dos 30 anos de idade coloca o atleta na posição de verdadeiro ancião.
Um clube com tradição de contratar craques com a idade "avançada" é o São Paulo. Leônidas da Silva, apesar de ter apenas 29 anos, chegou ao Tricolor em 1942 com status de veterano. O Diamante Negro, que foi o grande craque brasileiro entre Friedenreich e Pelé, se tornou um dos maiores ídolos do clube do Morumbi.
O mesmo caso se passou com Gerson. Em 1969, o Canhotinha de Ouro chegou ao Morumbi aos 28 anos, mas com peso de veterano. No ano seguinte de sua contratação, o tricampeão mundial colocou o time paulista novamente nos trilhos das conquistas, na companhia do veterano craque uruguaio Pedro Rocha, que chegou em 1970, também com 28 anos.
Depois de se tornar o Rei de Roma, Paulo Roberto Falcão desembarcou no Tricolor aos 32 anos. Deu um toque de experiência aos Menudos do Morumbi, e logo pendurou as chuteiras.
Seu colega de seleção Toninho Cerezo foi mais um veterano a vestir a camisa tricolor. Aos 37 anos, ele comandou a meiúca do time de Telê Santana.
Na última década, os pentacampeões Rivaldo e Lúcio, somados pelos retornos de ídolos como Luis Fabiano, Kaká e Hernanes, mantiveram a tradição do clube em trazer veteranos de peso. Agora é a vez do lateral direito Daniel Alves, melhor jogador da Copa América deste ano, conquistada pelo Brasil. A ver se podemos botar fé no velhinho.
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