Hoje em dia, quando se fala em doping, o assunto é automaticamente relacionado aos esportes. No entanto, o uso de substâncias para fazer as pessoas aguentarem um desgaste físico maior ou deixá-las acordadas mais tempo data de milênios, desde os chás da planta machuang na China de 4.000 anos atrás.
O problema é que o doping no esporte passou a ser encarado como trapaça e, portanto, foi proibido, criando-se a Wada (Agência Mundial de Combate ao Doping) para fazer o controle.
A partir desse ponto, iniciou-se a indústria do doping, na qual empresas e cientistas se especializaram em criar novos produtos cada vez mais potentes, mas que não aparecessem nos testes de controle.
Na maioria das vezes, quando têm a intenção de burlar as regras, claro, os atletas estão cientes do que tomam e quais efeitos colaterais sofrerão no futuro.
No entanto, nem todos tiveram de usar substâncias ilícitas como opção. Foi o caso da Alemanha Oriental, durante a Guerra Fria. Entre as décadas de 1960 e 1980, o país patrocinou um programa de dopagem compulsório, em que os atletas tomavam substâncias proibidas achando que eram vitaminas.
Algumas vezes, quando descobriam, eram ameaçados se saíssem do esquema.
O resultado foi que a Alemanha Oriental conquistou 519 medalhas olímpicas no período (entre Jogos de inverno e de verão), mas deixou como legado milhares de pessoas com reações das mais diversas, como doenças do coração, câncer e problemas renais e nos ossos.
Após esse caso, um programa semelhante foi descoberto pela Wada em 2015, na Rússia. Desde então, o país já teve várias modalidades fora da Rio-2016 e foi banido dos Jogos de Inverno de PyeongChang-2018.
Nesta semana, após a Wada informar que controles repassados pela agência antidoping russa não batem com os casos descobertos, a polêmica cresceu e já é possível que o país fique fora de Tóquio-20. É triste ver uma potência fora dos Jogos, mas, pela lisura do esporte, é a melhor solução.
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