Com todos os méritos, o português Jorge Jesus, comandante do Flamengo, deve entrar para a história como o primeiro técnico estrangeiro a conquistar o Campeonato Brasileiro, torneio que teve a sua primeira edição em 1971. O seu sucesso faz com que os mais apressados apontem que ele e o seu xará, o argentino Jorge Sampaoli, que dirige o Santos, estão revolucionando o futebol brasileiro.

Vou ficar em um ponto que mais ouvi nas últimas semanas: Jorge Jesus é fruto de um processo que transformou Portugal no novo eldorado da bola. Para corroborar citam o genial Cristiano Ronaldo, eleito cinco vezes o melhor jogador do mundo, o título da Euro em 2016 e o da Liga das Nações em 2019. Para um país que sempre ficou à margem de outras potências são feitos maravilhosos, mas vamos com calma nessa hora.

O futebol português agoniza em seu território com os dois maiores clubes amargando um início preocupante. A sensação do momento é o pequeno Famalicão, clube que voltou a disputar a Primeira Liga após 25 anos e lidera o torneio após sete rodadas. Maior campeão, com 37 títulos, o Benfica decepciona na Liga dos Campeões. A equipe lisboeta perdeu as duas primeiras partidas em um grupo que tem Zenit (RUS), Lyon (FRA) e Red Bull Leipzig (ALE).

Pior ainda fez o Porto, dono de 28 títulos. Os portistas foram eliminados na fase pré-eliminatória pelo desconhecido Krasnodar, em casa, após terem vencido o rival no jogo de ida, na Rússia. Para se ter uma ideia do tamanho do estrago, o clube não ficava fora da fase de grupos da Liga desde a temporada 2000/2001.

Nas eliminatórias para a Euro-2020, Portugal está devendo apresentações mais convincentes. O país foi derrotado nesta segunda-feira (14) pela Ucrânia, por 2 a 1, em Kiev. Os donos da casa se classificaram. O gol dos portugueses foi de Cristiano Ronaldo, que chegou a 700 na carreira. O camisa 7 vai ter que jogar muita bola para evitar o fiasco na disputa da segunda vaga contra a Sérvia.