Nesta semana, a administração federal da desprezada área da Cultura, que, sob o governo Bolsonaro, deixou de ser ministério e se tornou uma mera secretaria, anunciou novos nomes, entre eles o do presidente da Funarte. O escolhido é Dante Mantovani, um maestro de formação e youtuber --notável por formular em seus canais teorias da conspiração sobre política e arte.

Dentre os vários aforismos cantarolados pelo tal maestro, o mais curioso foi a afirmação de que os Beatles eram comunistas. Segundo Mantovani, os músicos ingleses foram guiados pelo filósofo alemão Adorno. Toda a obra da banda ícone da cultura pop seria um instrumento para conduzir a ideologia comunista.

Acho essa teoria sem pé nem cabeça, do naipe daquelas teses que insistem em que a terra é plana. Mas me diverti mesmo com as dezenas de memes sobre o tema. O mais divertido traz a hipotética banda formada por Paul MarxCartney, John Lenin, Leon Harrison e Ringo Stalin. 

Juntando alhos com bola e bugalhos, hoje é dia do "Merseyside Derby", o clássico da cidade de Liverpool, berço dos Beatles. Enquanto os Reds nadam de braçada na liderança do Inglesão, com 13 vitórias em 14 jogos, os Blues remam no fim da tabela. Mas a máxima de que clássico é clássico vale aqui e também no exterior. O Everton tem apenas 14 pontos contra os 40 do Liverpool. E pode aprontar.

Mais obscura do que a tese de Beatles comunistas é saber para quais times os garotos de Liverpool torciam. Em 1968, Paul foi visto num jogo do Everton, mas nunca assumiu torcer pelos Blues como seus pais. George nunca foi fã da arquibancada, mas sabe-se que seu filho é dos Reds. 

Não à toa considerado o esquisitão da banda, o baterista Ringo é conhecido por torcer para o Arsenal, de Londres. John nunca foi chegado em futebol, mas a capa seu disco "Wall and Bridges", de 1974, traz um desenho feito por ele aos 11 anos, no qual se vê uma cena de uma partida entre Arsenal e Newcastle.