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Bola pro Mato: Faltam boleiros como Ibra

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São Paulo

Zlatan Ibrahimovic nunca foi eleito pela Fifa o melhor jogador do mundo tampouco fez parte dos grandes momentos de suas equipes, sempre trocando de camisa na hora errada.

Na Juventus, em vez de festejar o Italiano, viu o time ser rebaixado por esquema de manipulação de resultados. Arrumou as malas para a herdeira do scudetto, a Inter de Milão, que só fracassou na Liga dos Campeões. Dali partiu para o Barcelona, o campeão continental, mas acabou eliminado justamente pelo ex-clube.

Zlatan Ibrahimovic comemora gol pelo Manchester United, em 2017, em partida pelo Inglês; após duas temporadas nos Estados Unidos, ele retorna ao futebol europeu
Zlatan Ibrahimovic comemora gol pelo Manchester United, em 2017, em partida pelo Inglês; após duas temporadas nos Estados Unidos, ele retorna ao futebol europeu - Scott Heppell - 9.abr.17/AFP

Se quase tudo deu errado na carreira, pese que o sueco arrebentou de marcar gols por onde passou, pelo menos ele se mantém de cabeça erguida. E, sem modéstia, coloca-se no patamar dos gênios da bola.

“Vou para um time que precisa ganhar de novo, que precisa renovar sua história, que procura um desafio contra tudo e contra todos. Só assim posso encontrar o estímulo necessário para surpreender de novo”, afirmou o atacante de 38 anos, que deve acertar com o Milan. A idade não é problema. “Igual ao vinho, eu melhoro com os anos“, diz.

Ao deixar o Los Angeles Galaxy, dos Estados Unidos, no mês passado, despediu-se em grande estilo: “Vocês queriam o Zlatan, eu te dei o Zlatan. De nada. Agora podem voltar a assistir ao beisebol”. Afinal, o que será da Major League Soccer sem o astro sueco?

O perfil marrento vem desde a juventude. Ainda garoto, quando começou a despontar no Malmö, foi convidado a fazer um teste no poderoso Arsenal: “Zlatan não faz testes”, respondeu antes de acertar com o holandês Ajax.

Nem sua mulher escapa do seu ego inflado. “Não dei nada a ela de aniversário. Ela já tem o Zlatan“, explicou o atleta, que só lamentou a eliminação da Suécia para Portugal na repescagem das eliminatórias para a Copa de 2014... Pelos torcedores brasileiros, claro: "Um Mundial sem mim não vale a pena ser visto".

Seja considerado esnobe, cômico ou arrogante, Ibra é um cara autêntico, sem papas na língua. E autenticidade é algo cada vez mais raro no futebol, especialmente entre os jogadores. Que na próxima geração apareçam mais Maradonas,  Vampetas, Romários, Renatos Gaúchos, Dadás e, principalmente, Ibras.

Luís Marcelo Castro
Luís Marcelo Castro

38 anos, é jornalista formado pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), coordenador do caderno Vencer e apaixonado pelo futebol do interior de São Paulo e do Brasil. E-mail: marcelo.castro@grupofolha.com.br

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