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Caneladas do Vitão: Gérson e Pelé não têm lugar no futebol moderno

São Paulo

Eu vejo um novo começo de era, de gente fina, elegante e sincera, com habilidade pra dizer mais sim do que não, não, não... Alô, povão, agora é fé! Da série “hoje o tempo voa, amor”, o futebol mudou!

Os famosos lances de Gérson (caminhando com a bola sem ser incomodado, até achar dois lançamentos geniais para gols de Jairzinho e Pelé) no 4 a 1 sobre a Tchecoslováquia na estreia brasileira na Copa de 1970 seriam inviáveis no futebol de hoje. E não só por que não existe mais a Tchecoslováquia.

O meia Gérson, o "Canhotinha de Ouro" da seleção brasileira de 1970
Gérson, o Canhotinha de Ouro, foi um dos atletas mais brilhantes de sua geração e um dos destaques do tri da seleção brasileira, campeã na Copa do Mundo do México - Reprodução

É evidente que Gérson, Jairzinho e Pelé não fariam, hoje, o que fazem, digamos, Sornoza, Antony e Pato, para citarmos um segundo homem lançador, um velocista e um meia-atacante talentoso que cabeceia e finaliza com os dois pés…

Os saudosistas, presos no túnel do tempo, no entanto, continuam pensando em lançamentos, gols, vitórias, títulos… Esqueçam isso! “Resultadistas” retrógrados que dão valor ao placar final, como se ganhar fosse o objetivo, ah, que bobos, ficarão para trás!

Idiotas da objetividade que buscam a vitória não conseguem mais se importar no futebol de hoje onde jogar de igual para igual é o que importa e dane-se o placar. Não é só isso, claro. Não adianta jogar de igual para igual e, de repente, até vencer o jogo, se o rival ganhar o que realmente vale: o supimpa controle da posse de bola…

Os novos tempos chegaram chegando. E atropelando. A rapaziada que busca o topo da tabela e enxerga a classificação final será humilhada e desalojada pelos sábios que leem o mapa de calor!

Adeus, Gérson e Pelé. No moderno futebol, hoje, quem faz a diferença é o VAR e o analista de desempenho. E quem ousar discordar é burro e desatualizado!

A coluna Caneladas do Vitão fará um breve recesso e voltará a ser publicada na edição de 15 de janeiro. Até lá!

Mario Quintana: “A ironia atinge apenas a inteligência. Inútil desperdiçá-la com os que estão longe do seu alcance”.


Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!

Vitor Guedes
Vitor Guedes

42 anos, é ZL, jornalista formado e pós-graduado pela Universidade Metodista de São Paulo, comentarista esportivo, equilibrado e pai do Basílio

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