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Caneladas do Vitão: Grandes brasileiros precisam desfilar nas ruas do interior!

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São Paulo

Me dê a mão, me abraça, viaja comigo pro céu... Alô, povão, agora é fé! Hoje é dia de os torcedores das escolas de samba da Gaviões da Fiel, da Dragões da Real e da Mancha Verde, atual campeã, sofrerem na apuração do Carnaval paulistano como todos os corinthianos, são-paulinos, palmeirenses e santistas que desfilam e simpatizam por todas as outras escolas, mas deixemos o Carnaval de lado para falar de futebol.

Luan comemora o segundo gol do Corinthians contra o New York City, na Florida Cup, enquanto muitos fãs do interior de São Paulo nunca viu o time de perto
Luan comemora o segundo gol do Corinthians contra o New York City, na Florida Cup, enquanto muitos fãs do interior de São Paulo nunca viu o time de perto - Igor Castro - 15.jan.20/Florida Cup/Divulgação

Poderia usar este espaço para falar dos mata-matas da Liga dos Campeões, mas, em homenagem ao país do Carnaval e (autointitulado) do futebol, o papo é Curintchá, Parmera, Tricolor e Peixe. Aqui, no interior, na divisa de São Paulo e Minas, onde estou curtindo o Carnaval com a família e amigos, a rapaziada ainda veste mais camisas dos nossos clubes e, nos churrascos, nos blocos de rua, no rafting, no tête-à-tête, as brincadeiras, as cornetas e os elogios aos nossos times monopolizam os bate-papos.

O problema é que o Carnaval, ao contrário do jargão, tem dia e hora para acabar. E, antes, durante e depois dele, nossos clubes não conseguem transformar em participação ativa essa paixão do povo simples, que não mora na capital, mas tem orgulho de ser Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Flamengo, Atlético-MG ou Cruzeiro, não importa.

Por isso, todo ano, quando vejo brasileiros indo disputar a Florida Cup para “internacionalizar a marca”, lamento e imagino que, antes de disputar um campeonato que não tenha qualquer repercussão internacional e é realizado em estádios às moscas, seria ótimo se nossos times soubessem lidar e ter ações com os seus torcedores do próprio estado... 

Com todo respeito à Flórida, tem muitos torcedores apaixonados pelo Timão e pelo Verdão a apenas duas horas (e caros pedágios) de viagem da capital paulista que nunca tiveram um contato direto com jogadores ou ídolos do clube.

Gramsci: “Também no afeto é preciso ser inteligente”.

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!

Vitor Guedes
Vitor Guedes

44 anos, é ZL, jornalista formado e pós-graduado pela Universidade Metodista de São Paulo, comentarista esportivo, equilibrado e pai do Basílio.

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