Descrição de chapéu Opinião

Caneladas do Vitão: Números mentem mais que saudade e memória!

São Paulo

Nego véio, que foi que te deu? Nego véio, que foi que te deu? Me deu vontade de cantar pagode, de dez tira um, ficam nove, oi, de dez tira um, ficam nove... Alô, povão, agora é fé! Um dos passatempos preferidos dos amantes de futebol para driblar a abstinência de bola nesses tempos de pandemia é aproveitar a overdose de reprises para aquecer a antiga discussão: qual seleção é melhor? A que perdeu, em 1982, sob o comando de Telê, ou a que acabou com 24 anos de fila, em 1994, sob Parreira?

Vamos ao meu pitaco: que a seleção de 1982, a minha primeira lembrança de futebol, era muito melhor, eu não tenho dúvidas… Como é absolutamente claro que Taffarel foi muito mais goleiro do que Waldir Peres. E, apesar de toda a bola que jogaram tanto Oscar quanto Luizinho, os Mundiais de Aldair e Márcio Santos foram superiores.

Os atacantes Bebeto e Romário se abraçam na vitória da seleção brasileira sobre os Estados Unidos, nas oitavas de final, na Copa do Mundo de 1994
Os atacantes Bebeto e Romário se abraçam na vitória da seleção brasileira sobre os Estados Unidos, nas oitavas de final, na Copa do Mundo de 1994 - Antônio Gaudério - 4.jul.94/Folhapress

Jorginho e Cafu, que atuou na final, somados, não dão o Leandro —e Júnior é superior Branco. Fechamos a defesa, com 3 a 2 para o time de 1994.

Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico são 818 vezes mais jogadores que Mauro Silva, Dunga, Mazinho e Zinho, mas, na Copa, Dunga foi mais regular nos Estados Unidos do que Cerezo na Espanha. Fechamos o meio com 3 a 1 para 82 e, no total, 5 a 4 para o esquadrão de Telê Santana.

No ataque, o gol mais bonito que lembro ter vibrado vendo na TV foi o de Eder contra a URSS. Mas nem ele nem Chulapa seriam titulares em um ataque com Bebeto e Romário.

Resumindo, no “1 a 1”, deu 6 a 5 para 1994. Com Telê no lugar de Parreira no banco, 6 a 6.
Conclusão: os números mentem! A seleção de 1994 ganhou (inclusive em final com a Itália, algoz de 1982), tinha tantos ou mais jogadores talentosos, mas, na minha lembrança, a de 1982 será sempre melhor. Até porque a faixa estava com o Doutor!

Rubem Fonseca: “Quando a dor é muito grande, o sofrimento é silencioso”.

Na transmissão ao vivo de hoje, às 16h (horário da ZL), na página facebook.com/blogdovitao, declamaremos Wando.


Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!

Vitor Guedes
Vitor Guedes

43 anos, é ZL, jornalista formado e pós-graduado pela Universidade Metodista de São Paulo, comentarista esportivo, equilibrado e pai do Basílio

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