Descrição de chapéu Opinião

Caneladas do Vitão: Esporte em marcha pela vida da democracia brasileira

O muro do racismo não caiu. Chega de ficar de joelho, sob o joelho opressor.

São Paulo

Vidas negras importam. Sempre importaram. As vidas dos nossos invisíveis Joões Pedros, que vivem e convivem com a morte e com o medo muito antes da Covid-19. Como canta Emicida. Importam as vidas negras importadas dos Georges Floyds. The Wall, Pink Floyd. O muro do racismo não caiu. Chega de ficar de joelho, sob o joelho opressor.

Democracia é saúde. Da sociedade. Maranhão, sobrenome de Joanna, nada contra a corrente e respira democracia. Informação e luta são vacinas para quem sofreu todos os abusos para vencer na piscina. Sem perder a ternura nem a bravura, jamais. Joanna, sangue vermelho e preto, é Sport, é da fuzarca, é Nordeste, Pernambuco. Luta, ganha, não pula da barca, cabra da peste

charge da coluna caneladas do vitão de 6 de junho
Charge da coluna Caneladas do Vitão - Claudio Oliveira

E agora, José? Agora e sempre, à Trajano, contra a ultrajante subserviência ao imperialismo e os idiotas que atacam o jornalismo combativo. Quem tem sangue America sabe que o povo da Tijuca, iaiá, só voltará a ser feliz quando recuperar a bandeira do país. Do país do vôlei, da verdadeira princesa Isabel, do verde-amarelo de Ana Moser. O Brasil que quer melhor distribuir a prata e o ouro para a sua gente bronzeada. Não o Brasil-Colônia ianque da outra Ana, aquela "chica" traumatizada com Cuba. Nem o Brasil do saque de Nuzman, superior e parceiro do general Heleno no COB. Cobertor curto para o esporte, cartolagem mostra o cofre.

O Brasil só deixará de ser periférico no mundo (esférico!) quando a realidade de Acari for mais próxima à dos quatrocentões adhemaristas. Como sonha Raí, o terror dos fascistas do Morumbi. Raí, que herdou do irmão a parceria de Casão na luta pela democracia. Cultura, Grafite. A brasileiríssima Democracia Corinthiana vive. Revive com o são-paulino, contra o putrefato regime que tenta ressurgir das catacumbas. Golpeia o demônio, taekwondista Diogo!

Democracia brasileira é a bandeira de todas as cores. Sonho de todo mundo, também do filho do Raimundo. Igualdade, liberdade e fraternidade, o mundo todo quer, como quer Raí, que foi rei em Paris. Sonho global se constrói partindo da aldeia! Esporte pela democracia contra novas valas em Perus, revivendo o sentimento da campanha pelas Diretas no Vale do Anhangabaú. Não confundir com hospital de campanha do Anhembi, onde hoje se morre de frio e de Covid-19. Pandemia potencializada pelo bolsonarovírus de quem não está nem aí e diz "e daí?" para vidas humanas.

Não é (só) economia, estúpido. Aprenda com a Flávia, Oliveira e brasileira como Sócrates. Não são números! São vidas, talkey, energúmeno?!

O Brasil, para ter futuro, é Jardim Brasil, Jardim Regina. O Brasil do esporte, da arte. Adeus, pra sempre, "pra frente, Brasil" da Regina Duarte. O povo negro quer se ver na Globo. Protagonista como Maju. Não como figurante da falsa caridade de quem finge loucura, loucura, loucura. Mas não rasga dinheiro. Galoucura real é Reinaldo, que virou rei erguendo o punho fechado acima do seu blackpower.

Futebol, com democracia, é terra que tem Índio. No Santos. No Palmeiras. Não só na lateral. Minha terra tem Palmeiras, tem Palmares (valeu, Zumbi!), tem evangélico, tem candomblé e devoção a todos os orixás e santos. Diversos mantos. Tem o preto e o branco do meu Corinthians: perdendo ou ganhando, sempre com democracia.

Sócrates: "As torcidas organizadas são um dos maiores movimentos populares do Brasil. Mas não são politizadas. Se um dia forem, as coisas vão mudar, e não só no futebol".

Vitor Guedes
Vitor Guedes

43 anos, é ZL, jornalista formado e pós-graduado pela Universidade Metodista de São Paulo, comentarista esportivo, equilibrado e pai do Basílio

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