Pergunte ao Criador, quem pintou esta aquarela, livre do açoite da senzala, preso na miséria da favela... Alô, povão, agora é fé! A paralisação do futebol é uma oportunidade para que o esporte, que não é algo à parte da sociedade, também discuta o racismo. E, para não vomitar achismo, depois de ouvir o treinador negro Sérgio Soares, passei a bola para o craque Marcelo Carvalho, diretor-fundador do Observatório da Discriminação Racial no Futebol.
"Eu não acredito na meritocracia brasileira. O futebol, como espelho da sociedade, também trouxe isso. Toda vez que apontado como racista, o futebol apontou para o Pelé, os clubes apontam para seus ídolos para falar que não existe racismo. E nós estamos falando de outra coisa: a falta de negro nos espaços de comando, dos incidentes racistas e da falta de punição a esses casos", diz Carvalho.
Mesmo em casos onde há a presença do negro não significa, em absoluto, que não há, também, a presença do racismo.
"A gente não pode apontar para a presença de um negro em um clube para dizer que lá não há problema de racismo. A gente não pode apontar para um Vanderlei Luxemburgo, um Celso Roth, e dizer, não há problema, eles também são negros e têm mercado. A gente tem que apontar, primeiro, a quem se identifica como negro e fala sobre o racismo."
"No Brasil, o racismo tem a questão do colorismo. Algumas pessoas, mesmo com todos os traços negroides, não se identificam como negras, a gente precisa tomar esse cuidado", explica.
Cuidados tomados, Roger Machado, único técnico da Série A que se identifica como negro, é a exceção que confirma a regra. "Mas aí são dois fatores: o Roger, que tem consciência e estuda a questão, e o Bahia, que é um clube que já faz diversas ações. E o Roger, então, se sente bastante acolhido nesse ambiente para ter as posições que ele tem."
Nelson Mandela: "Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da pele, origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar".
Sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!
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