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Caneladas do Vitão: Covardia acima de tudo, Pilatos na vida dos outros

São Paulo

Pai, afasta de mim esse cálice... Alô, povão, agora é fé! O engajamento do piloto Lewis Hamilton na linha de frente da campanha “vidas negras importam” é um tapa na cara dos esportistas covardes, que, com o burro na sombra, lavam as mãos à Pilatos e não lutam por melhorar a vida de quem sofre com a ausência e a violência do Estado nos lugares pobres de onde a maioria deles veio.

Como não sigo a cartilha Caio Ribeiro e me posiciono sobre tudo que é relevante, parafraseei “o caçador de marajás” e mandei um “não me deixe só, Juca Kfouri”. Não precisei pedir duas vezes. “Esportistas vêm, normalmente, de classes menos favorecidas. E, quando sobem na vida, passam a se preocupar apenas com si mesmos, no máximo com sua família, esquecem o entorno. E reproduzem o discurso da segurança pública. Não é uma novidade desses tempos; a exceção foi a Democracia Corinthiana”.

Lewis Hamilton participa de protesto antirracista em Londres
O piloto britânico de Fórmula 1 Lewis Hamilton não ficou apenas no discurso nas redes sociais e participou de protesto antirracista em Londres - @lewishamilton no Instagram

Como, na minha coluna (que dá voz à democracia e não pratica o “outroladismo” canalha que equipara civilização e barbárie, direitos humanos e tortura), jornalista esportivo fala do que quiser, Juca falou até de esporte.

“Atletas, em regra, e isso não mudou muito, são individualistas, voltados para o próprio umbigo, para bater recordes e ganhar competições. Os politizados são exceções: Muhammad Ali, os dois atletas [Tommie Smith e John Carlos] da Olimpíada do México [1968], o Sócrates, o Casagrande, o Wladimir, o Afonsinho eram exceções. Hoje você tem o Paulo André, o Felipe Melo, do lado que a gente considera errado, mas é um cara que se coloca. O LeBron James, o Stephen Curry, o Lewis Hamilton são, infelizmente, exceções”.

É, Juca Kfouri, Doutor teve apenas um. Fafá de Belém está conosco também nessa. “O Sócrates foi uma luz, de uma coragem muito grande e trouxe com ele uma força tão grande, agregadora, que criou a Democracia Corinthiana, movimento que contaminou positivamente a sociedade”.

Adilson Monteiro Alves: “Jogador é cidadão, tem e deve se posicionar como qualquer outro trabalhador na luta pela democracia”.

Sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!

Vitor Guedes
Vitor Guedes

43 anos, é ZL, jornalista formado e pós-graduado pela Universidade Metodista de São Paulo, comentarista esportivo, equilibrado e pai do Basílio

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