Descrição de chapéu Opinião

Caneladas do Vitão: A dor de corno barcelonista e o voyeurismo do brasileiro

São Paulo

João amava Teresa, que amava Raimundo, que amava Maria, que amava Joaquim, que amava Lili, que não amava ninguém... Alô, povão, agora é fé! Como o futebol imita a vida, “Quadrilha”, do brilhante vascaíno Carlos Drummond de Andrade, ilustra bem os amores de verão e desamores de cifrões das promíscuas relações no esporte bretão. Tem tanto troca-troca que, se parasse para estudar o tema, até a rubro-negra Flordelis ficaria corada!

Mas, como nem todo o mundo da bola é frequentador de casa de swing, deixemos a pastora (que defende a família no Congresso) acusada de mandar mantar o marido (que, além de marido, é ex-filho adotivo e ex-genro) e voltemos às relações futebolísticas. Messi, por exemplo, ainda que muitíssimo bem remunerado, sempre foi homem de uma equipe só e parecia que seria do Barça na saúde e na doença até que o fim da carreira o separasse do time catalão.

Jogador Messi após a derrota por 8 a 2 para o Bayern Munique
Lionel Messi fica desolado após a goleada, por 8 a 2, sofrida pelo Barcelona nas quartas de final da Liga dos Campeões; pior derrota na carreira do craque pode ficar marcada como última partida pelo Barça - Manu Fernandez - 14.ago.20/AFP

Da minha infância à vida adulta, perdi a conta de quantas musas inacessíveis trocaram de parceiro. A fila andou para Xuxa de Pelé a Senna; o mesmo Senna que foi de Galisteu antes de Roger; a “minha” Isadora Ribeiro surgiu com o mamilo de fora como a senhora Hans Donner e jamais deixei de reconhecê-la como a responsável por eu me descobrir canhoto, independentemente dos namoros e casamentos que sucederam.

Messi está se divorciando de forma litigiosa do Barcelona e, provavelmente, assumirá uma segunda núpcias com o Manchester City de Guardiola. O fato é que todos os torcedores de times brasileiros que babam por Messi nunca tiveram nem terão qualquer chance de poder chamá-lo de seu dez. Ora, já que não vai vestir a camisa do nosso time e, voyeurs, cobiçaremos seu futebol-arte a distância, tanto faz se o argentino vai jogar em Barcelona ou em Manchester!

De longe, como curtimos na telinha, na telona ou na web as performances deliciosas de Paolla Oliveira, Deborah Secco ou Isadora Ribeiro, podemos seguir curtindo Messi.

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Guimarães Rosa: “Sorte é isto. Merecer e ter”.

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca! E no agora.com.br!

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Tiago Nunes

O técnico que escala Sidcley e deixa Piton no banco e prometeu futebol rockn´roll não consegue sequer vencer o Fortaleza em casa. Os tiaguistas negacionistas passa-panistas, o gado do futebol, alegam que ele não tem um grande elenco. Verdade: quem tem é o Guaraní-PAR, é o Água Santa, é a Inter de Limeira, é o Fortaleza...

NBA tá off

Puxada pelo Milwaukee Bucks, a NBA paralisou em protesto contra o episódio em que um policial branco deu sete tiros no negro Jacob Blake. Arminhas com a mão patéticas à parte, faltam LeBrons James (craque do Lakers engajado no movimento “Vidas Negras Importam” e anti-Trump) no alienado esporte brasileiro!

VAR

Neste sábado (29), às 14h, na Rádio Bandeirantes, vai o ar na "Dividida" em que eu e Ubiratan Lan, comentarista dos canais ESPN, sob a mediação de Rafael Belattini, debatemos o lixo do VAR.

Vitor Guedes
Vitor Guedes

43 anos, é ZL, jornalista formado e pós-graduado pela Universidade Metodista de São Paulo, comentarista esportivo, equilibrado e pai do Basílio

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