O tropical país do futebol, abençoado por Deus e bonito por natureza, deve muito de sua condição privilegiada, justa, harmônica, democrática, invejada e desenvolvida, aos abnegados políticos e aos apaixonados cartolas verde-amarelos.
Jogar pedra, além de injusto e leviano, é muito fácil. Mas poucas almas topam largar os seus ótimos salários na iniciativa privada e as delícias da vida social e familiar para serem injustamente xingados e vigiados por um público cruel e uma mídia abutre que não aplaudem o suor desses mártires!
Como o amor e o bem não vendem, a sociedade, envenenada pela mídia, torce contra e coloca uma lupa sobre roubalheira, desmando, sacanagem, tráfico de interesse e esconde as boas intenções desses verdadeiros heróis nacionais.
Chega a ser comovente como muitos empresários largam os negócios ou abrem mão de ótimos empregos para se dedicarem de forma não remunerada ao clube de coração.
Se o povo, ingrato, não reconhece, Deus vê tudo e essa dedicação, de forma misteriosa, inexplicável e miraculosa, costuma ser premiada com uma robusta melhora financeira no período de dedicação exclusiva ao futebol. O amor compensa!
Certamente é por isso que dizem que o futebol imita a vida. Apartidária e democraticamente, de Norte a Sul, da direita à esquerda, acontece o mesmo com os nossos desinteressados políticos desde 1500.
Da invasão portuguesa, passando pelo massacre de índios, pela exploração do trabalho escravo, imigrante e operário até as rachadinhas atuais e o uso do Estado como extensão da família, os nossos políticos, pau-brasil para toda obra, sempre colocaram os Estados Unidos do Brasil acima de tudo.
Alguns políticos, de tão dedicados, não têm nem sequer tempo de abrirem contas em bancos e recebem e pagam tudo, até imóveis caros, com dinheiro vivo. Tanta dedicação e zelo lembram o saudoso Eurico Miranda, duplamente herói, cartola e deputado, que, certa vez, com medo de que a renda de um clássico no Maracanã não fosse bem protegida, resolveu levar ele mesmo o dinheiro e, por azar, acabou sendo assaltado justamente naquela ocasião.
Amanhã há de ser um novo dia no país do futuro. Vai, Brasil!
Chico Xavier: "Fico triste quando alguém me ofende, mas, com certeza, eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor... Magoar alguém é terrível!"
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