Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu... Alô, povão, agora é fé! Diego Armando Maradona é a maior, mais humana, apaixonante e paradoxal tradução do futebol! Nenhum deus, em nenhuma outra área, foi tão demasiadamente humano quanto Dios!
Ganhar uma Copa sozinho é coisa de Deus. Ser baixinho, gordinho e chutar só com o pé esquerdo e virar o maior do mundo é coisa de super-homem!
Estar acima do bem e do mal e ser tratado como uma entidade sobrenatural por todo um povo se misturando com a sua gente na alegria e na dor, protagonizando escândalos, barracos e excessos à vilão de folhetim é uma história sem paralelo!
Um homem normal nunca vai tocar como Beethoven, pintar como Van Gogh, esculpir como Da Vinci. Mas todos nós, que nunca jogaremos como Maradona, amamos para sempre e odiamos "ad aeternum", torcemos com amor e secamos com o fígado! E somos derrotados! Como Diego!
Dentro de campo, nada me impressionou tanto quanto o que vi pela TV, aos 9 anos, Maradona fazer no México! Nada!
Inter x Boca Juniors foi adiado, mas, com todo o respeito a Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Real e todos que atuaram, o espaço hoje é todo seu, Diego! Se Fifa, Uefa, Conmebol e CBF tivessem 10% de amor pelo futebol que têm pelo negócio, ontem a bola não teria rolado em nenhum campo do planeta bola!
Maradona foi ainda maior por gritar contra a Fifa, contra Grondona na AFA, contra Macri na Argentina e por nunca deixar de se posicionar, com todas as incoerências e arrependimentos de quem é humano, contra o poder! Só os grandes homens com sangue na veia não têm o humaníssimo defeito da covardia!
Diego, como seu amigo Fidel Castro (2016), foi-se em um 25 de novembro. E honrou a tatuagem do compatriota Che Guevara que ostentava com orgulho! Sem perder a ternura, jamais!
Diego Maradona: "Sou completamente esquerdista, de pé, de fé e de cérebro". Somos, Diego! Obrigado por tudo!
Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca! E no agora.com.br!
El Pibe de Oro
O maior personagem de futebol de todos os tempos foi também o jogador mais decisivo para um título Mundial. Ninguém carregou tanto um país numa Copa quanto Maradona fez em 1986! Garrincha, em 1962, chegou perto, mas Maradona não tinha do seu lado Djalma Santos, Nilton Santos, Zito, Didi, Vavá, Zagallo...
Dios
Nem a "mão de Deus" foi capaz de roubar a cena em 22 de junho de 1986 no antológico Argentina 2 x 1 Inglaterra: o segundo gol foi a pintura mais linda das Copas! Maradona recebeu no seu campo, com um giro tirou Reid e Beardsley, passou por Butcher e Fenwick, driblou o goleiro Shilton e marcou antes de ser derrubado por Fenwick.
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