A América de todos os Santos tem Palmeiras. E, se o Cuca não pegar a taça e levar para Santos pela quarta vez, será (re)conquistada por um português.
Gajo de linha completamente diferente ao modelo jesuíta rubro-negro, Abel Ferreira encarna o verde esperança sem abusar da marra como padrão.
“A minha canção é verde, sempre de verde cantei, de verde cantei ao povo, e fui de verde vestido, cantar à mesa do rei”. Abel, até poucos meses atrás, sabia mais sobre a exploração feita por parte dos patrícios antepassados, ô, pá, do que propriamente conhecia a Libertadores da América.
O compatriota de Abel e também Ferreira, Jesualdo, substituto de Sampaoli no Peixe, conheceu a Libertadores primeiro. Mas foi chutado, mesmo com a equipe bem classificada e encaminhada aos mata-matas.
Jesualdo foi largado à beira do cais. E do caos financeiro peixeiro. Se não sabia porque veio, menos ainda foi explicado porque foram com ele de volta, além-mar, para o estrangeiro.
Certo ou errado, a história é contado pelos vencedores. Não está no Evangelho Segundo Jesus Cristo, do ateu José Saramago, nem no Evangelho Segundo Lucas. No entanto, à vera, à Veríssimo, à Lucas Veríssimo, que zarpará assim que o apito estalar rumo à Lisboa do Benfica de Jorge Jesus, quem vencer contará vantagem que foi tudo calculado. Não tem santo. Vale para o Palmeiras, vale para o Santos.
O discurso está pronto. Se der Palmeiras, será o triunfo do anjo Gabriel e de todos os meninos provando que a vontade de conquistar o seu espaço e gritar “independência ou morte”. Esqueçam Felipão, Mano, Luxemburgo, todo o passado e a bolada gasta por Mattos que é final de campeonato.
Se der Santos, estava tudo na conta. Até a conta que não fechava e foi punida pela Fifa. Impeachment, contratação e desistência de ex-ídolo condenado, perda de goleiro que foi à Justiça porque não via a cor do dinheiro, nada disso será questionado. Ao contrário, capaz de ser exaltado como parte do vitorioso planejamento peixeiro.
Marinho está a 90 minutos (ou 120, ou 120 e mais cobranças de pênaltis) de ser o melhor jogador brasileiro. Ou de ser um supervalorizado peladeiro que treme em decisão. Ou será Weverton o melhor goleiro do mundo ou o brasileiro superestimado? Quem viver verá.
Luís de Camões: “No mundo não tem boa sorte, senão quem teve por boa a que tem”.
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