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Mundo Olímpico: Atletas não querem se vacinar temendo cair no antidoping

Embora não seja obrigatória, vacinação se torna preocupação

São Paulo

A 128 dias dos Jogos Olímpicos de Tóquio, ainda não há certeza se a competição será mesmo realizada. De acordo com o Comitê Organizador e o governo japonês, não há motivos para o cancelamento do evento, que já foi adiado em um ano. A questão, porém, é que a pandemia ainda não acabou e é possível que nem todos da comunidade olímpica estejam vacinados até a cerimônia de abertura, no dia 23 de julho.

O velocista jamaicano Yohan Blake é um dos atletas que já deixaram claro que não tomarão a vacina contra a Covid-19
O velocista jamaicano Yohan Blake é um dos atletas que já deixaram claro que não tomarão a vacina contra a Covid-19 - Olivier Morin - 10.ago.12/AFP

Embora a vacinação não seja obrigatória para os atletas, ela acabou se tornando mais um motivo de preocupação. O temor é que a substância usada na fabricação das vacinas seja pega em um futuro exame antidoping, levando os atletas a serem punidos.

Essa questão foi esclarecida pelo diretor científico da Wada (Agência Mundial Antidoping), Olivier Rabin, que afirmou à agência Reuters que a chance de a substância ser pega no exame antidoping é ínfima, quase inexistente. “Uma em um bilhão!”, afirmou.

E é justamente essa pequena possibilidade que preocupa. Excetuando-se os casos de atletas que simplesmente optaram por não se vacinarem, por questões religiosas ou políticas —como o velocista jamaicano Yohan Blake e muitos jogadores das ligas norte-americanas NBA, NFL e MLB—, outros não querem arriscar.

Pela falta de conhecimento a respeito das vacinas, ainda existem dúvidas do ponto de vista contrário: será que os componentes da vacina fazem com que os atletas de elite percam rendimento?

Rabin é categórico ao afirmar que isso também não acontece, uma vez que os possíveis sintomas de quem toma qualquer tipo de vacina são febre baixa ou calafrios, e apenas por um curto período.

Assim, todos os atletas estariam no topo da forma durante as competições na capital japonesa, sem motivos para preocupação.

Com ou sem vacina, com ou sem Olimpíada, o importante é que todos tenham consciência da importância de cuidar de si e do próximo, para acabar de vez com essa pandemia.

Claudinei Queiroz
Claudinei Queiroz

48 anos, é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, pós-graduado em Gestão de Marketing pelo Centro Universitário Senac e tecnólogo em Gestão do Esporte pela Universidade São Marcos. E-mail: claudinei.queiroz@grupofolha.com.br

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