A romena Nadia Comaneci foi a primeira ginasta a conseguir uma nota 10, nos Jogos de Montréal-1976. A soviética Laryssa Latynina ainda é a maior medalhista olímpica, com 18 conquistas (10 ouros, 5 pratas e 3 bronzes). Mas é a americana Simone Biles, 24, que chega para a disputa da Olimpíada de Tóquio com o status de melhor ginasta da história.
E não são apenas as 4 medalhas de ouro e 1 de bronze conquistadas na Rio-2016, nem as 25 medalhas de mundiais (19 ouros, 3 pratas e 3 bronzes) que a tornaram a melhor no esporte.
O que a deixa acima das concorrentes e até mesmo das antigas campeãs é a capacidade de superar limites, físicos e psicológicos.
Dominando o cenário internacional desde 2013, Simone nunca está satisfeita e se impõe desafios cada vez maiores. O resultado imediato é o lugar mais alto do pódio onde quer que esteja competindo. Porém, a cada movimento que cria, com mais dificuldades, ela vai aumentando sua vantagem sobre as rivais.
Atualmente, Biles possui quatro movimentos com seu nome: um na trave, um no salto sobre o cavalo e dois no solo —apenas ela consegue realizá-los.
Além disso, ela se tornou este ano a primeira mulher a conseguir o salto Yurchenko (duplo mortal carpado), que apenas os homens realizavam no salto sobre o cavalo por causa da explosão muscular. Pelo feito, ela teve nota de dificuldade provisória de 6,6 pontos, o maior do código de pontuação da ginástica artística.
Com tantas ferramentas à disposição, Biles será o foco dos Jogos de Tóquio. E mostrará na arena por que ela já deixou Comaneci e Latynina para trás.
Infância difícil
O sucesso de Simone Biles contrasta com a dificuldade que ela enfrentou quando criança. Seus pais tinham problemas com álcool e drogas e ela e os três irmãos viviam em más situações. Muitas vezes, passando fome. Os vizinhos, então, avisaram as autoridades e os quatro foram levados para um orfanato, em 2013, quando ela tinha 6 anos de idade.
Sabendo disso, os avós maternos Nellie e Ronald adotaram Simone e a irmã mais nova, Adria. Os outros irmãos, Ashley e Tevin, foram adotados por uma tia, irmã do pai.
Na série do Facebook Watch chamada "Simone x Ela Mesma", a ginasta contou como foi viver em um orfanato sem ter o que comer. E lembrou o episódio de quando passava fome em casa, quando a mãe dava comida para um gato que vivia na rua, mas não dava para ela e os irmãos.
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