Não houve quem não se emocionasse com a medalha de prata conquistada pela skatista Rayssa Leal na madrugada desta segunda-feira (26), a segunda da modalidade estreante dos Jogos de Tóquio.
A Fadinha do Skate, de apenas 13 anos, entrou para a história olímpica brasileira como a mais jovem medalhista. Com todo seu carisma e espontaneidade, ela passa a ser um exemplo para a garotada que sonha um dia subir ao pódio olímpico.
No entanto, além das conquistas das medalhas, o que ficou marcado na estreia do skate nas Olimpíadas é a união da comunidade mundo afora.
Mais do que um esporte, o skate é um estilo de vida. Assim como no surfe, outra modalidade debutante no Japão, os praticantes de mais sucesso são os que mais se divertem, os que vivem em cima do skate.
Os competidores, claro, buscam a vitória nos torneios para receberem os prêmios, mas o importante para eles é ter prazer de fazer o que amam. Com isso, a tradicional rivalidade presente na grande maioria dos esportes inexiste no mundo do skate. Aqui, uns torcem realmente pelos outros, para que acertem as manobras e superem os obstáculos.
Acredito que o início dessa união ocorreu quando os primeiros skatistas tiveram de se unir para "infringir" as leis e andarem pela cidade. Isso aconteceu na capital paulista no final dos anos 1980, quando o então prefeito Jânio Quadros assinou um decreto proibindo o uso de skate na cidade, provocando protestos.
Tudo mudou quando Luiza Erundina foi eleita prefeita em 1989, abrindo os parques para o esporte e construindo pistas, o que ajudou na sua popularização.
Desde então, os praticantes, na sua maioria formada por homens, mantiveram-se unidos. Com o passar dos tempos, as mulheres também começaram a se aventurar até chegar às Olimpíadas de Tóquio.
E com o exemplo da Fadinha, muitos outros garotos e garotas devem entrar para a comunidade.
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