O segurado que está há meses na fila do INSS à espera da aposentadoria pode ter direito a um benefício melhor enquanto aguarda. Como a grana liberada considera a data em que o benefício foi solicitado, pode ser necessário fazer um novo pedido, com outra data.
Isso ocorre se ele completar condições que garantam uma renda maior, como o pagamento de mais contribuições ou mesmo se fizer aniversário.
Para ganhar mais, ele deve mudar a data do pedido. O procedimento para isso é chamado de reafirmação da DER (Data de Entrada do Requerimento). A mudança costumava ser solicitada por escrito quando o trabalhador ia na agência, na data agendada para ele
Com a alteração nos procedimentos do INSS, que tornou todos os pedidos de benefício automáticos, ou seja, sem necessidade de ir a uma agência, há outras formas de fazer esse pedido.
Segundo especialistas, os segurados conseguem reafirmar a DER pela internet, ao pedir o benefício pelo Meu INSS. No campo de preenchimento dos “Dados do requerente”, no site, é necessário escolher a opção “Sim” para a pergunta “Reafirmação da DER?”. Quem pede a aposentadoria por telefone, no 135, também pode solicitar essa possibilidade ao atendente.
No caso de quem já fez o pedido do benefício e não solicitou a reafirmação da DER, será necessário levar um documento, por escrito, em uma agência do INSS.
Os especialistas recomendam, porém, que o segurado considere os prós e os contras da mudança na data do requerimento.
"O problema de ser automático é que a pessoa não consegue conversar com um especialista para decidir se a opção é melhor. A reafirmação da DER só é com certeza vantajosa se a pessoa alcança a regra 86/96, que dá direito ao benefício integral, sem fator previdenciário", alerta o advogado Roberto de Carvalho Santos, presidente do Ieprev (Instituto de Estudos Previdenciários).
O advogado Rômulo Saraiva reforça que, ao reafirmar a DER, o trabalhador abre mão automaticamente de receber os atrasados, que seriam devidos a partir da primeira solicitação.
"Tem pessoas que abdicam de uma quantia significativa, principalmente aquelas que já estão na fila há cerca de um ano. Antes, é preciso saber o quanto vai deixar para trás e o quanto vai receber lá na frente."
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.