O governo federal anunciou na tarde desta quarta-feira (24) a liberação para saque de valores do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) a partir de setembro até março de 2020. A Medida Provisória permitirá no total saques de R$ 63,2 bilhões, sendo R$ 23,2 bilhões de PIS/Pasep e R$ 40 bilhões de contas do FGTS, valor que ficou R$ 2 bi abaixo da previsão dada pelo ministro Paulo Guedes (Economia).
Os saques serão limitados a R$ 500 por conta ativa (atual emprego) ou inativa do trabalhador. Ou seja, se o trabalhador possui uma conta de FGTS ativa e duas de empregos anteriores, poderá sacar até R$ 500 de cada uma.
Além deste teto, o governo Bolsonaro (PSL) estabeleceu uma regra de proporcionalidade para calcular o valor de retirada. Quem tiver menos recursos guardados no fundo poderá sacar uma proporção maior.
O objetivo do governo é aquecer a economia. Segundo Guedes, a medida vai injetar R$ 40 bilhões na economia deste ano e R$ 10 bilhões no ano que vem.
A retirada será no mês de aniversário da conta do trabalhador.
Especialistas recomendam que o trabalhador use o recurso para, primeiro, quitar débitos. Até abril, o país já havia registrado mais de 62 milhões de inadimplentes.
Para Maurício de Luca, especialista em ciência contábil, o FGTS é uma poupança do trabalhador e precisa ser muito bem utilizada.
“Primeiramente, se concentrar em quitar dívidas com juros mais altos, como cheque especial e cartão de crédito. Depois, é aplicar em investimentos que rendam mais que as regras de correção do FGTS”, orienta.
Fundo de Garantia | Grana liberada
- O governo confirmou a liberação da grana parada na conta do FGTS
Conta ativas e inativas
Serão liberados R$ 40 bilhões do FGTS -R$ 30 bilhões em 2019 e R$ 10 bilhões em 2020
SAIBA TUDO SOBRE O SAQUE DOS VALORES
Limite
- Os saques serão limitados a R$ 500 por conta
- A retirada será no mês de aniversário da conta do trabalhador, de setembro de 2019 a março de 2020
- Se o mês de aniversário não estiver neste período, haverá um calendário de retirada preparado pela Caixa
- A liberação será determinada pelo saldo da conta. Os trabalhadores que tiverem menos recursos guardados poderão sacar uma proporção maior
- O valor da multa de 40% em casos de demissão sem justa causa não é afetado. A multa é calculada sobre o total que a empresa depositou ao trabalhador e não sobre o saldo no momento da demissão
Quem vai poder sacar?
- Todos os trabalhadores poderão pegar o dinheiro. A retirada, porém, é opcional
- Atualmente, apenas em situações específicas, como demissão e compra da casa própria, a grana do FGTS é liberada
Quais documentos devem ser levados?
- Número do CPF ou do NIS/PIS (que consta na sua carteira de trabalho, extrato do FGTS e cartão do cidadão)
Como consulto o saldo atual?
- O trabalhador pode ir em qualquer agência da Caixa, com seu CPF e número do NIS/PIS para consultar seu saldo
- A consulta pode ainda ser feita pelo site www.fgts.gov.br, em “Serviços gratuitos oferecidos pela CAIXA"
- Também está disponível o Aplicativo FGTS, para os celulares com Android, iOS (iPhone) e Windows Phone
- Há a opção de receber o extrato, a cada dois meses, em casa e por SMS
- Para mais informações basta ligar para 0800-7260207
Saques serão feitos:
- Na Caixa
- Nas lotéricas
- Nos correspondentes Caixa Aqui
Quando
O funcionamento é de segunda a sexta, mas a Caixa pode abrir aos finais de semana para fazer atendimento
Problemas
- Caso perceba que o depósito não está sendo feito, o trabalhador deve procurar a DRT (Delegacia Regional do Trabalho), já que o responsável pela fiscalização das empresas é o Ministério da Economia
Quanto rende o dinheiro depositado no FGTS?
- Criado em 1966, o FGTS é uma espécie de poupança do trabalhador
- Nele, o patrão deposita 8% do salário mensal do profissional
- Hoje, o fundo tem o saldo corrigido pela TR (Taxa Referencial) mais 3% de juros ao ano
- Como a TR segue zerada desde setembro de 2017, na prática, o saldo está se deteriorando com a inflação
No vermelho
- Segundo dados do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) de junho, o inadimplente deve, em média, R$ 3.252,70
- A maior parte dos atrasos se concentra em contas de água e luz
- Até abril deste ano, cerca de 41% da população adulta, 62,6 milhões de brasileiros, estavam no vermelho
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